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Fatores gerais que afetam a aplicação de defensivos

Nessa página, iremos entender esses fatores que afetam a aplicação, caso você queira ler mais detalhes, você pode visitar a nossa seção de tecnologia de aplicação.


Foto: AgrolinkFito

A tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas é o uso dos conhecimentos produzidos pela ciência no uso desses produtos, de forma a proporcionar a correta colocação do defensivo ativo no alvo, na quantidade adequada (nem insuficiente nem excessiva), de forma econômica e eficiente e causando o mínimo de contaminação das outras áreas. Para que ocorra o avanço tecnológico, proporcionando melhorias contínuas nesse processo, é necessário compreendermos inicialmente os fatores que afetam a aplicação dos defensivos. Nessa página, iremos entender esses fatores que afetam a aplicação, caso você queira ler mais detalhes, você pode visitar a nossa seção de tecnologia de aplicação.

 

Clima

O clima, além de influenciar no desenvolvimento da cultura, influencia muito no surgimento de pragas, doenças e plantas daninhas, além de influenciar no controle desses problemas. Temperaturas e umidades relativas altas favorecem o desenvolvimento de pragas e doenças, sendo esses fatores um alerta para o produtor monitorar a lavoura e se preparar para uma possível necessidade de controle. Devemos sempre usar defensivos na quantidade mínima necessária, dando preferência ao controle corretivo, feito apenas quando verificamos a presença da praga, doença ou planta daninha.

Em algumas condições climáticas a aplicação de defensivos pode trazer problemas na aplicação aumentando a perda do produto para outras áreas, resultando em ineficiência do controle, impacto ambiental e prejuízo às lavouras vizinhas, fenômeno conhecido como deriva. Para evitar esse problema, que é muito comum na aplicação de defensivos, você pode conferir mais sobre as condições climáticas adequadas para a aplicação desses produtos.

 

Solo

Os solos possuem diferentes características de cobertura, topografia e textura;

  • Cobertura: áreas de preparo inicial com bastante troncos e tocos podem impossibilitar a aplicação com pulverizadores ou tratores, sendo necessário aplicar com equipamentos manuais como pulverizadores costais, ou através de aviões agrícolas caso a área seja extensa;
  • Topografia: terrenos acidentados por exemplo podem impossibilitar o uso de tratores na aplicação de defensivos, pois afetam a estabilidade e segurança da operação;
  • Textura do solo: influencia na dosagem de alguns produtos aplicados no solo, como os herbicidas. Solos argilosos por exemplo possuem maior capacidade do que os solos arenosos de inibir o princípio ativo de alguns defensivos, sendo necessário maiores doses em solos argilosos.

 

Hospedeiro

É o elemento que será atacado pela praga / doença, e deve-se conhecer suas características para se realizar um bom controle. Por exemplo, o ciclo biológico da planta pode afetar no período entre aplicações de um produto. Como exemplo, temos a Sigatoka da bananeira. A planta emite uma folha nova a cada 6 a 10 dias, e para controlar impedir o desenvolvimento do fungo na parte inferior da planta, podemos aplicar o fungicida a cada 10 dias. Outro exemplo é a ferrugem asiática que se inicia na parte mais baixa da planta de soja, exigindo que a aplicação de fungicida atinja essas partes, sendo necessário o uso de volume de calda e ponta de pulverização adequados.

 

Patógeno (praga, doença ou planta daninha)

Patógeno é o elemento causador do problema, e suas características também irão afetar no controle. Por exemplo, é mais fácil atingir uma lagarta em uma folha do que as manchas de fungo. A probabilidade do inseticida atingir uma lagarta de forma satisfatória é muito diferente da probabilidade do fungicida atingir o fungo. Neste último caso, se as partículas não estão distribuídas de forma uniforme na folha, o controle não será satisfatório em diversas manchas do fungo, reduzindo muito a chance de controle. Além disso, caso o patógeno tenha pouca mobilidade dentro da planta, a chance de este encontrar o defensivo ao se deslocar pela planta é menor.

 

Princípio ativo do defensivo

O princípio ativo é o elemento do defensivo que controla a praga, doença ou planta daninha, e possuem diferentes eficiências no controle destes problemas, a depender das diversas variáveis dentro de uma produção agrícola. O princípio ativo é diluído em outros elementos inertes (veículos) para facilitar a distribuição uniforme do produto no alvo. O princípio ativo utilizado deve ser aquele mais apropriado para o patógeno determinado, devendo ser utilizado conforme as instruções do fabricante.

 

Veículo

É o conteúdo inerte ao qual é adicionado o princípio ativo, misturando-os em seguida, visando uma distribuição uniforme do princípio ativo na aplicação. Geralmente são utilizados veículos como água, óleo mineral ou vegetal, veículos sólidos como gesso, argila etc. Tem se usado cada vez menos quantidade de veículos, pois, quanto maior a quantidade de veículos, maior o custo com transporte, diluição e aplicação, além de maior gasto de recursos ambientais no caso de se utilizar água como veículo.

Diferentes veículos possuem diferentes efeitos na aplicação dos defensivos. Por exemplo ao utilizarmos o veículo sólido na forma de pó, este geralmente possui uma densidade diferente do princípio ativo, ocorrendo a tendência de ambos se separarem durante a aplicação, causando uma aplicação não uniforme do defensivo na área, prejudicando bastante o controle.

 

Operador

O operador da aplicação de defensivos deve ser bem instruído no uso e manutenção dos equipamentos, bem como no cuidado com o manuseio dos defensivos, de forma a preservar sua segurança e manter a eficácia da aplicação. Este deve compreender os elementos que influenciam na aplicação do defensivo.

 

Máquina

Através das máquinas se faz a aplicação dos defensivos, e estas devem estar sempre reguladas e calibradas, e receber as manutenções de forma adequada. As máquinas possuem diferentes tipos e características, sendo mais ou menos adequadas para cada situação na aplicação de um defensivo agrícola.

 

Anderson Wolf Machado - Engenheiro Agrônomo

 

Referências:

CONTIERO, R.L., BIFFE, D.F., CATAPAN, V. Tecnologia de Aplicação. In: BRANDÃO FILHO, J.U.T., FREITAS, P.S.L., BERIAN, L.O.S., and GOTO, R., comps. Hortaliças-fruto [online]. Maringá: EDUEM, 2018, pp. 401-449. ISBN: 978-65-86383-01-0

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