Sojicultores: 17 Anos de renda positiva apesar dos desafios
Estudo considerou os preços médios, a lucratividade bruta e a rentabilidade da soja como os principais indicadores da saúde financeira
A DATAGRO Grãos divulgou recentemente uma análise do desempenho econômico dos sojicultores brasileiros em 2023, revelando que, apesar de resultados modestos, a maioria conseguiu manter a rentabilidade positiva pelo décimo sétimo ano consecutivo. A consultoria apontou um aumento de quase 2% na área cultivada com a oleaginosa na safra 2023/24.
O estudo considerou os preços médios, a lucratividade bruta e a rentabilidade da soja como os principais indicadores da saúde financeira dos produtores. Segundo Flávio Roberto de França Junior, economista e líder de conteúdo da DATAGRO Grãos, apenas a lucratividade registrou desempenho positivo, graças a um clima favorável que resultou em produtividades recordes em grande parte das regiões produtoras.
Apesar dos desafios enfrentados em 2023, como preços abaixo das médias do ano anterior, os sojicultores brasileiros mantiveram a renda positiva. Os preços da soja ficaram abaixo das médias de 2022 em todos os meses, impactando negativamente os ganhos do setor. França Junior também observou que a lucratividade bruta, embora tenha apresentado resultados positivos, foi inferior às bases de 2022. No entanto, a rentabilidade, que mede a variação mensal acumulada do preço descontada a taxa de inflação, não foi favorável aos produtores.
Olhando para 2024, as projeções indicam um cenário ainda mais desafiador para os produtores de soja brasileiros. Com resultados heterogêneos previstos devido a perdas de produção em algumas regiões, a rentabilidade positiva dependerá principalmente da produtividade.
"Com custos menores, mas preços maiores, a variável que determinará se o produtor irá ou não conseguir a 18ª safra com renda positiva será exatamente a produtividade", comenta França Junior.