RS deve retomar área de trigo perdida na safra passada
Primeira estimativa aponta para um aumento de 15% na área plantada
A afirmação é da Federação de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul que fez levantamentos preliminares da intenção de plantio dos produtores que pode diminuir a diferença de representatividade na produção nacional que separa os gaúchos dos paranaenses. Nesta safra 2010/11 o Paraná participou com 53,33% da área plantada no país, enquanto que o Rio Grande do Sul ficou com 36,9% mesmo apresentando redução inferior à ocorrida no Paraná, de acordo com dados da Conab.
Enquanto que o Paraná espera ter redução muito próxima à observada na safra passada no cultivo do trigo, o Rio Grande do Sul deve mais que recuperar o que perdeu no ano passado e voltar a investir na principal opção de produção para o inverno. Tamanho otimismo é justificado por dois fatores principais, a qualidade da produção gaúcha deste ano que provou que o estado pode melhorar e muito sua triticultura e pela liquidez jamais vista para o cereal e que foi puxada pelas exportações, outro fato inédito para o Brasil que figura como o segundo maior importador mundial de trigo, perdendo apenas para o Egito. Apesar de se esperar um clima bem menos favorável que o do ano passado os produtores parecem não se intimidar com o risco e olham para as projeções de preços ainda maiores para a próxima safra e para a limitação de oferta que se desenha para o período em importantes países produtores como Canadá, Estados Unidos e Rússia.
Desde que mantenha o padrão de qualidade próximo ao desta safra, a demanda mundial crescente garantirá mais um ano de mercado aberto aos exportadores do Brasil, o que significa que assim como já ocorre com soja e mesmo com o milho, a indústria nacional terá de disputar com o setor exportador a oferta disponível o que novamente garantirá preços elevados impulsionados pela disputa. Dessa forma, ao menos o Rio Grande do Sul sinaliza o comportamento natural quando os preços estão favoráveis, que é aumentar a produção o que se espera que ainda possa ocorrer no Paraná apesar das indicações contrárias.