Neste inverno, o fenômeno climático La Niña deverá voltar a se manifestar. Apesar disso, o produtor rural não precisa se preocupar. Embora provoque alterações climáticas, sua intensidade deverá ser fraca, sem prejuízo à agricultura. Segundo a meteorologia, neste ano o La Niña causará queda de temperaturas nas regiões Sul e Sudeste do País, e aumento da ocorrência de chuvas no Norte e Nordeste.
Segundo estudo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), deverão ocorrer geadas fracas entre os meses de julho e agosto - o que é considerado normal para esta época do ano - no estado de São Paulo, sul de Minas Gerais, Paraná e oeste de Santa Catarina.
No Centro-Oeste do País, o clima deverá ficar mais seco, porém nada comparável ao ano passado, quando a umidade relativa do ar chegou ao nível de 10%.
O Inmet prevê que, a partir de julho, a umidade possa atingir índices inferiores a 15%, favorecendo a ocorrência de queimadas e friagens no Distrito Federal e em Goiás, porém sem grandes prejuízos para os produtores rurais. Augusto Athayde, diretor-geral do Inmet, acredita que a ocorrência de chuvas e a média das temperaturas estarão normais para esta época do ano na região Centro-oeste.
Norte e Nordeste
Para a região Nordeste do País, a previsão é de chuvas e temperaturas dentro dos padrões historicamente observados na região.
Athayde acredita que a manifestação do La Niña será fraca neste ano, extinguindo-se já na próxima estação. "Não existe expectativa de prejuízos para a agricultura", diz. O La Niña será mais intenso em áreas onde a agricultura não é tradicional ou pouco expressiva. Ao norte do Rio Amazonas, por exemplo, as chuvas deverão ser mais intensas. No leste do Acre e em Rondônia, as precipitações serão menores que a média.
O fenômeno La Niña pode ser detectado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico. Nos últimos dois meses, a temperatura das águas do oceano caiu entre 2 e 3 graus Celsius.