Chuvas e calor intenso devem afetar o desenvolvimento das lavouras
Corredores de umidade e intensa massa de ar quente deve marcar a semana
Revisão de Aline Merladete
A semana será marcada por um padrão de tempo típico de verão no Brasil, influenciado por uma série de sistemas atmosféricos que trazem chuvas significativas para várias regiões, enquanto outras enfrentam condições mais secas.
A presença de um corredor de umidade sobre o Sudeste e o Centro-Oeste, traz chuvas volumosas que beneficiam essas áreas com precipitações importantes para a agricultura e o abastecimento de água, embora também levantem preocupações com possíveis excessos hídricos e seus impactos.
Enquanto isso, uma frente fria avança pelo oceano, afetando especialmente o Sudeste, com previsão de chuvas relevantes para o Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, potencializando os cuidados com a gestão de culturas nessas regiões.
No Norte, a previsão de mais de 150 mm de chuva em alguns locais marca o período do inverno amazônico, trazendo temperaturas mais amenas e umidade benéfica para as culturas locais.
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No MATOPIBA, são esperadas chuvas entre os 70 e 120 mm, condição favorável para o desenvolvimento inicial das lavouras, enquanto partes do interior do Nordeste permanecem sob a influência de uma massa de ar seco
O Centro-Oeste apresenta um contraste entre o Mato Grosso do Sul, com menos precipitações, e áreas como Mato Grosso, Goiás e o Distrito Federal, onde se esperam volumes moderados a intensos de chuva, essenciais para as fases de crescimento de culturas como soja e milho.
No Sul, a situação é mais variada, com Paraná e Santa Catarina recebendo precipitações mais leves, enquanto o Rio Grande do Sul enfrenta um período de escassez de chuvas, combinado com temperaturas elevadas, desafiando a resiliência das lavouras à seca e ao calor.
Intensificação do calor
Uma massa de ar quente e seco esta atuando no centro-sul do continente, influenciando significativamente as temperaturas em estados brasileiros. Este fenômeno, aliado ao domo de calor — um sistema de alta pressão nas camadas mais altas da atmosfera — impede a dissipação do calor na baixa troposfera, resultando em temperaturas elevadas por longos períodos.
Esse cenário é particularmente preocupante para a agricultura, visto que altas temperaturas podem acelerar a transpiração e aumentar o estresse hídrico nas plantas, além de potencializar a evaporação da água do solo, exigindo maiores intervenções por irrigação.
Regiões como o Rio Grande do Sul podem experimentar temperaturas acima dos 35ºC, com picos que podem ultrapassar os 40ºC, bem como setores ao sul do Mato Grosso do sul e no estado de São Paulo.
VEJA O MAPA E AS TABELAS DE PREVISÃO
Sul
Paraná e Santa Catarina, podendo ser insuficientes para a manutenção dos bons suprimentos de umidade no solo. Isso exige maiores intervenções por irrigação para garantir a produtividade do milho e da soja. No Rio Grande do Sul, a falta de chuvas e as altas temperaturas podem aumentar o estresse hídrico nas lavouras, principalmente na soja e no milho em fases críticas de desenvolvimento.
UF | Região | Maior Acumulado | Região | Menor Acumulado |
---|---|---|---|---|
RS | Passo Fundo | 104 mm | Pelotas | 32 mm |
SC | Joaçaba | 107 mm | São Miguel do Oeste | 52 mm |
PR | União da Vitória | 92 mm | Ibaiti | 42 mm |
* Resultado obtido a partir da média das projeções dos modelos GFS (Americano), GEM (Canadesne), ECMWF (Europeu) e ICON (Alemão)
Sudeste
As chuvas em Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro trazem benefícios para as culturas de café e cana-de-açúcar, aumentando a umidade do solo. No entanto, o excesso de precipitação pode ocasionar o encharcamento do solo e dificultar o manejo das lavouras. Já em São Paulo, as chuvas moderadas favorecem o desenvolvimento da cana-de-açúcar, soja e milho, mas exigem monitoramento constante para prevenir doenças. Áreas do sul de São Paulo tamb?e devem enfrentar um período de chuvas mais irregulares e temperaturas elevadas, aumentando a demanda hídrica das lavouras.
UF | Região | Maior Acumulado | Região | Menor Acumulado |
---|---|---|---|---|
SP | Registro | 71 mm | Santos | 24 mm |
MG | Unaí | 137 mm | São Sebastião do Paraíso | 47 mm |
RJ | Itaperuna | 69 mm | Itaguaí | 30 mm |
ES | Alegre | 71 mm | Itapemirim | 35 mm |
* Resultado obtido a partir da média das projeções dos modelos GFS (Americano), GEM (Canadesne), ECMWF (Europeu) e ICON (Alemão)
Centro-Oeste
No Mato Grosso do Sul, as chuvas mais escassas podem ser um limitador para as lavouras de soja e milho. É importante estar atento ao manejo da irrigação para garantir o desenvolvimento das culturas, principalmente a soja em fase de enchimento de grãos. Já em Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal, as chuvas devem ser mais recorrentes, com possibilidade de temporais localmente fortes. Embora, os volumes previstos sejam favoráveis ao desenvolvimento da soja e do milho, mas é preciso ficar atento ao excesso de umidade, que pode favorecer o desenvolvimento de doenças.
UF | Região | Maior Acumulado | Região | Menor Acumulado |
---|---|---|---|---|
MS | Baixo Pantanal | 108 mm | Paranaíba | 45 mm |
MT | Paranatinga | 168 mm | Cuiabá | 83 mm |
GO | Ceres | 134 mm | Quirinópolis | 67 mm |
DF | Brasília | 109 mm | Brasília | 109 mm |
* Resultado obtido a partir da média das projeções dos modelos GFS (Americano), GEM (Canadesne), ECMWF (Europeu) e ICON (Alemão)
Nordeste
A previsão indica chuvas entre 50 e 100 mm trazem benefícios para as lavouras de soja e milho, principalmente na floração e desenvolvimento inicial em áreas do Oeste Baiano, Maranhão e Piauí. No entanto, a presença de massa de ar seco pode limitar esses benefícios em algumas áreas do leste da região. Já no interior do Nordeste, a escassez de chuvas agrava a seca, afetando negativamente a agricultura de sequeiro e exigindo estratégias de manejo de irrigação para culturas sensíveis.
UF | Região | Maior Acumulado | Região | Menor Acumulado |
---|---|---|---|---|
BA | Santa Maria da Vitória | 117 mm | Catu | 34 mm |
SE | Sergipana do Sertão do São Francisco | 40 mm | Propriá | 22 mm |
AL | Serrana do Sertão Alagoano | 60 mm | Arapiraca | 22 mm |
PE | Petrolina | 48 mm | Alto Capibaribe | 17 mm |
PB | Litoral Sul | 46 mm | Seridó Oriental Paraibano | 16 mm |
RN | Macaíba | 44 mm | Angicos | 15 mm |
CE | Fortaleza | 61 mm | Canindé | 23 mm |
PI | Bertolínia | 78 mm | Litoral Piauiense | 33 mm |
MA | Imperatriz | 135 mm | Baixo Parnaíba Maranhense | 65 mm |
* Resultado obtido a partir da média das projeções dos modelos GFS (Americano), GEM (Canadesne), ECMWF (Europeu) e ICON (Alemão)
Norte
A estação de chuvas na Amazônia e região será marcada por chuvas acima de 150 mm, trazendo bons resultados para as culturas de ciclo curto e perenes. A umidade do solo será adequada para o desenvolvimento das lavouras, enquanto as temperaturas mais amenas favorecem o crescimento de cultivos como cacau e café, diminuindo o estresse hídrico. Em Rondônia, Sul do Pará e Tocantins, as chuvas intensas do corredor úmido beneficiarão as lavouras de soja em fase de enchimento de grãos, mas atenção deve ser dada ao manejo de doenças fúngicas devido à alta umidade.
UF | Região | Maior Acumulado | Região | Menor Acumulado |
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TO | Bico do Papagaio | 149 mm | Gurupi | 95 mm |
PA | Arari | 162 mm | Óbidos | 64 mm |
AP | Oiapoque | 178 mm | Mazagão | 101 mm |
AM | Japurá | 161 mm | Itacoatiara | 73 mm |
RR | Sudeste de Roraima | 119 mm | Nordeste de Roraima | 33 mm |
AC | Brasiléia | 112 mm | Rio Branco | 91 mm |
RO | Cacoal | 142 mm | Ariquemes | 114 mm |
PI | Bertolínia | 78 mm | Litoral Piauiense | 33 mm |
MA | Imperatriz | 135 mm | Baixo Parnaíba Maranhense | 65 mm |
* Resultado obtido a partir da média das projeções dos modelos GFS (Americano), GEM (Canadesne), ECMWF (Europeu) e ICON (Alemão)