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“Queimadas descontroladas confundem o Brasil”

Os custos para os produtores são significativos



Penido diferencia "incêndios florestais" de "queimadas controladas" Penido diferencia "incêndios florestais" de "queimadas controladas" - Foto: CBMGO/Divulgação

Caio Penido, empresário e presidente do Instituto Mato-grossense da Carne (IMAC), levanta questões cruciais sobre as queimadas no Brasil. Ele observa que a confusão em torno do tema é acentuada por fatores climáticos como altas temperaturas, baixa umidade e ventos fortes, que, combinados com vegetação seca, causam destruição. Essa situação impacta tanto o produtor rural quanto a dona de casa nas cidades, levando à pergunta: a quem realmente devemos culpar?

Penido diferencia "incêndios florestais" de "queimadas controladas", que são permitidas com regulamentação. Ele critica a criminalização do setor agropecuário por "juristas da internet", que ignoram a complexidade da cadeia produtiva. Para ele, um produtor não queimaria intencionalmente seus ativos, pois a produção agrícola e pecuária depende de um equilíbrio ambiental e investimentos altos.

Os custos para os produtores são significativos; segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), o agricultor mato-grossense gastou cerca de R$ 1,7 mil por hectare na safra 24/25. A produção da carne bovina também requer um custo operacional médio de R$ 204,39 por arroba, evidenciando que o fogo nas áreas produtivas não é apenas um risco ambiental, mas um desperdício financeiro.

A reflexão de Penido aponta que especuladores imobiliários, que desmatam para aumentar o valor das terras, são os verdadeiros responsáveis por muitos incêndios. Esses indivíduos buscam explorar áreas queimadas sem respeitar a legislação, tornando-se uma ameaça para agricultores que atuam legalmente.

“Acredito que, enquanto a terra desmatada tiver muito mais valor que a terra florestada, esse problema da especulação imobiliária não vai acabar. Um bom caminho que vislumbro é o fortalecimento do Mercado de Carbono e de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). Será a concretização da verdadeira vocação do produtor rural brasileiro, que além de produtor de alimentos, fibra e energia, também será reconhecido como prestador de serviços ambientais. A estruturação desses mercados, juntamente com a boa informação ao consumidor global sobre nossos atributos de sustentabilidade, trará mais proteção aos nossos biomas, valorizando assim o nosso sistema produtivo sustentável”, diz.
 

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