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Chuvas e logística: desafios elevam preço do trigo no sul

Preços do trigo de qualidade superior continuam a subir no Brasil



Foto: Canva

De acordo com a análise de mercado da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário (CEEMA), os preços do trigo de qualidade superior continuam a subir no Brasil. No Rio Grande do Sul, a média fechou a semana em R$ 63,28 por saco, enquanto no Paraná, pela primeira vez em um longo período, o valor atingiu R$ 70,00 por saco.

Esse aumento nos preços é atribuído à revisão das estimativas de produção nacional para a safra 2024/25. Analistas privados agora projetam uma produção de 8,59 milhões de toneladas, bem abaixo das expectativas otimistas que previam até 10 milhões de toneladas, conforme dados da StoneX. A situação é agravada pelas condições adversas no Rio Grande do Sul, incluindo problemas de plantio e logística causados pelas enchentes. Além disso, as dificuldades financeiras dos produtores, exacerbadas pelas perdas climáticas recentes e a queda acentuada nos preços dos grãos nos últimos 18 meses, também contribuíram para esse cenário.

A estimativa de importação para o novo ano comercial brasileiro subiu para 6,25 milhões de toneladas de trigo, refletindo a necessidade de suprir a produção interna insuficiente. O mercado de trigo no Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, está praticamente estagnado. Os produtores no Paraná, que não foram afetados pelas enchentes, estão retendo seus produtos aguardando melhores condições de negociação, devido à possibilidade de importações mais elevadas.

Embora a principal região produtora de trigo no Rio Grande do Sul não tenha sido diretamente atingida pelas enchentes severas, a infraestrutura de transporte, moagem e armazenamento sofreu danos significativos. Muitas comunidades ao redor das fábricas, incluindo funcionários das empresas, foram desabrigadas pelas enchentes, o que dificulta ainda mais a logística e a produção.

As chuvas contínuas têm atrasado o plantio do trigo no Rio Grande do Sul, que começou em 1º de maio, complicando a chegada de insumos às propriedades rurais. Apesar das previsões de aumento na produção mundial de trigo, a produção brasileira tende a ser menor do que o esperado, exigindo atenção redobrada dos produtores e da cadeia produtiva do cereal.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o plantio de trigo no Brasil apresenta o seguinte panorama:

  • Goiás: 80% da área plantada, com lavouras já em enchimento de grãos, embora haja falta de chuvas.
  • Minas Gerais: 95% da área plantada, com lavouras em floração, também com déficit hídrico.
  • Paraná: 27% da área semeada, contra 39% na safra anterior.
  • Mato Grosso do Sul: 71% da área semeada, contra 87% no ano anterior.
  • Nacionalmente: 21% da área plantada, com um atraso de 4,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
  • Santa Catarina e Rio Grande do Sul: plantio ainda não iniciado devido às intempéries.
  • Bahia: sem plantio, contra 90% no ano passado.
  • São Paulo: 40% da área plantada, contra 65% no mesmo período do ano anterior.
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