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Soja começa a apodrecer na lavoura com excesso de chuvas em Campo Novo

Os produtores rurais do município estão temerosos quanto às perdas na produtividade da soja na safra deste ano


A chuva que tem caído em Campo Novo do Parecis não tem assustado somente os moradores. Os produtores rurais do município estão temerosos quanto às perdas na produtividade da soja na safra deste ano. A principal cultura da região está se perdendo. Com excesso de umidade, as maquinas não conseguem fazer a colheita e a semente está apodrecendo na lavoura.
 
Os produtores optam por colher mesmo com registro de 29% de umidade no grão. O agricultor Adriano Aguiar cultiva junto com dois irmãos, Cirineu e José Aguiar, uma área de 2100 hectares de soja na Fazenda São Pedro, a cerca de 60 quilômetros de Campo Novo do Parecis. Segundo ele, apenas 600 hectares foram colhidos.
 
“Até agora a gente conseguiu colher 600 hectares, estamos com uma média boa de 67 sacas por hectare. O problema mesmo é a chuva que não para, mas também não é surpresa nessa época no ano a chuva atrapalhar a colheita, o problema que ela não está dando trégua.”, diz Adriano.
  
Apesar da boa média, o produtor rural está apreensivo com o restante que ainda não foi retirado do campo. “Essa invernada nos pegou de surpresa, a gente espera chuva, mas não tanto, já estamos perdendo. Temos áreas condenadas, tem soja brotando dentro da vagem, em outras áreas os grãos estão podres. É uma pequena parte, não está tudo perdido. Nossos vizinhos também estão preocupados, todos nós estamos. Não via um volume de chuva tão grande aqui na lavoura há uns quatro anos.”
 
Como a umidade está muito alta, os grãos ficam enrijecidos, formando verdadeiros blocos de pedra. Augusto Aguiar filho de Adriano contou que foi necessário usar picaretas para conseguir descarregar o grão. “Os grãos estavam tão úmidos que se juntaram e formaram blocos, estava tão empedrado que tive que usar uma picareta e enxada para poder soltar e descarregar.”
 
Outras lavouras também registram o mesmo problema. É o caso da Fazenda Leila, onde o agricultor Eduardo Segabinazi disse que ficaram cinco dias sem colher. “Há aproximadamente cinco dias que não conseguíamos colher, quando saiu o sol ontem, as maquinas ficaram na lavoura até noite. Uma carga com 25% de umidade perde 20% de soja colhida. O bom seria 14%.”
  
A colheita segue em ritmo lento no município, a previsão não anima em nada os produtores rurais. É esperada muita chuva para a região segundo o Instituto Nacional de Meteorologia.

Foto: Willian Tessaro

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