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Fruto do dendê poderá ser utilizado em ração de aves poedeiras

Na região Amazônica o cultivo é intenso devido às condições naturais propícias


Fapeam - Estudos do Dr. em Biotecnologia e Professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Frank George Guimarães Cruz mostram que o óleo de dendê (extraído do fruto da palmeira do dendê, planta originária do centro da África introduzida, adaptada e naturalizada em todas as regiões tropicais) pode ser utilizado na ração de aves poedeiras. O levantamento foi feito com base nas características favoráveis ao plantio do dendê na região.

A cor laranja e o sabor exótico do dendê são alguns dos fatores que fazem a cultura do dendezeiro (Elaeis guineensis, Jacq.) ocupar o 2° lugar na produção mundial de óleos. Na região Amazônica o cultivo é intenso devido às condições naturais propícias, como o clima úmido e maior incidência de energia solar.

“No setor avícola, o item alimentação corresponde a 70% do custo total de produção e no Amazonas apresenta um quadro extremamente desfavorável, uma vez que o Estado importa cerca de 100% de toda a matéria-prima utilizada na fabricação de rações, então, o baixo custo de produção e a alta produtividade do dendê é uma alternativa econômica viável”, explicou Cruz.

Propriedades

Entre as suas particularidades, o dendê tem a propriedade de transformar energia absorvida do sol em óleo vegetal, rico em vitamina A e E. O óleo é extraído por processos físicos: pressão e calor, sem o uso de solventes químicos. Para Cruz, estes processos viabilizam o domínio da técnica de uso do óleo de dendê em rações, a redução da importação de milho e melhoramento dos índices produtivos e reprodutivos de matrizes avícolas.

“A mistura de dendê à soja reduz os níveis de pré-mistura em razão da riqueza vitamínica, diminuindo o custo da ração, além de agrega valor aos dendezais no Amazonas, oferece opção de trabalho e renda aos produtores rurais por meio da produção de óleo de dendê”, enfatizou Cruz.

A pesquisa, que tem o apoio do Programa de Infraestrutura para jovens Pesquisadores (PPP), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), foi iniciada em 2006 e concluída em 2008. De acordo com o pesquisador, o suporte financeiros da FAPEAM ao projeto, que chegou a R$ 22 mil, foi de suma importância, pois possibilitou adquirir equipamentos para análise e ajudou a avaliar a utilização de um produto regional alternativo.

Além do Amazonas, os resultados da pesquisa estão sendo aplicados nas zonas rurais dos estados de Rondônia e Roraima e devem originar um curso de pós-graduação pela UFAM.

Sobre o PPP

O Programa de Infraestrutura para Jovens Pesquisadores - Programa Primeiros Projetos, desenvolvido em parceria com o CNPq, consiste em apoiar a aquisição, instalação, modernização, ampliação ou recuperação da infraestrutura de pesquisa científica e tecnológica nas instituições públicas e particulares, sem fins lucrativos, de ensino superior e/ou de pesquisa sediadas ou com unidades permanentes no Estado de Amazonas, visando dar suporte à fixação de jovens pesquisadores e nucleação de novos grupos, em quaisquer áreas do conhecimento.

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