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Fabricante de massas Barilla abandonará uso de ovos produzidos em gaiolas no Brasil

Empresa confirma que política internacional será implementada no mercado brasileiro


Após diálogos com o Fórum Animal e outras entidades da causa, a Barilla, uma das líderes globais no setor de macarrão, confirmou que sua política internacional de abandonar o uso de ovos e galinhas engaioladas será aplicada ao mercado brasileiro. Com a iniciativa, a empresa se torna a primeira fabricante de massas no Brasil a assumir esse tipo de comprometimento.

Na política, a empresa afirma: “A Barilla considera o confinamento intensivo de galinhas uma prática que é prejudicial ao bem-estar animal. Por isso, a Barilla decidiu eliminar esse sistema progressivamente de sua cadeia de fornecimento até 2020”.

“Aplaudimos a Barilla pelo pioneirismo em se tornar a primeira fabricante de massas no Brasil a adotar uma política de ovos livres de gaiolas. Milhares de animais serão poupados de uma vida de imobilização e estresse constante. Acreditamos que isso abrirá portas para que outras empresas produtoras de macarrão e massas façam o mesmo”, disse Carolina Macedo, diretora de campanhas de animais de produção do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal (Fórum Animal), maior rede da causa no Brasil.

Mais de 95% das cerca de 100 milhões de galinhas usadas na produção industrial de ovos no Brasil passam suas vidas inteiras enclausuradas em gaiolas em bateria. Nessas gaiolas, as aves vivem tão apertadas que não podem sequer se virar ou abrir as asas. Cada gaiola confina de 5 a 10 animais juntos e fornece um espaço menor do que uma folha de papel A4 para cada ave. Já em sistemas livres de gaiolas, ao invés de viverem em gaiolas apertadas, as galinhas vivem em galpões – com ou sem acesso a áreas externas para pastorearem. Nesses sistemas, os animais podem realizar diversos comportamentos naturais que são importantes para o bem-estar da espécie como caminhar, ciscar, botar ovos em ninhos, tomar banhos de areia e empoleirar-se.

A política de ovos livres de gaiolas da Barilla segue diversos outros anúncios recentes de políticas similares no Brasil. No setor de maioneses, Cargill (dona das marcas Liza e Maria) e Unilever (dona das marcas Hellmann’s e Arisco) já anunciaram a transição para uma política de fornecimento livre de gaiolas. Diversos gigantes do fastfood também já fizeram o mesmo - como McDonald’s, Burger King, Subway, Giraffas, Bob’s e Spoleto. O Grupo Bimbo - maior empresa de padaria industrializada na América Latina e dona das marcas Pullmann e Ana Maria no Brasil - também já adotou uma política livre de gaiolas para ovos, assim como as duas maiores do setor de food service - GRSA e Sodexo.

Dadas condições tão extremas e cruéis, o uso de gaiolas em bateria convencionais para galinhas poedeiras já foi proibido em todos os estados membros da União Europeia, Nova Zelândia, Butão e seis estados norte-americanos. Na Índia, terceiro maior produtor mundial de ovos, a maioria dos estados declarou que o uso de gaiolas em bateria viola a legislação federal anti-crueldade animal e o país discute uma proibição nacional.

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