Exigência de qualidade para o trigo pão
A partir deste ano o trigo pão deverá ter força de glúten de 220 W
Além disso, ele salienta que o Governo aumentou o preço mínimo em 5% para aqueles produtores que conseguirem o W 220, desde que o produtor precise acessar os mecanismos de comercialização na próxima safra que vai ser colhida a partir de outubro deste ano. Desta forma, como explica Jardim, a classe brando que exigia 50 W desaparece, e é substituída pelo trigo chamado básico, que exige um W de 100. “Entre o antigo brando que agora passou a ser básico e o pão de W 220, se incluiu uma classe chamada doméstico, que exige um W de 160”, informa ele.
Hoje o Brasil é altamente dependente de matéria-prima importada, principalmente do Uruguai, Argentina e do Paraguai. “Nestes países eles conseguem padrões de qualidade sem tanto uso de adubação nitrogenada e adubação de base como a gente tem que fazer. Consequentemente, se nós não perseguirmos isso, teremos cada vez mais dificuldades para vender nosso produto e ficaremos mais dependentes de mecanismos do governo para ter a liquidez desejada”, observa.
Sendo assim, a normativa faz com que haja um aperto no manejo da lavoura, visando atingir estes índices que o governo está exigindo. “E o produtor pode plantar trigo pão, mas ele não sabe se vai colher trigo pão, pois vai depender das condições climáticas, principalmente no final de agosto e setembro que é quando as nossas variedades florescem. Por isso, ele deve focar em um bom manejo, adubando bem, fazendo aplicações de fungicida, e principalmente, sem deixar que o trigo fique muito tempo na lavoura por ocasião da colheita pegando chuva, porque o trigo não pode começar a brotar na lavoura sem ser colhido”, lembra ele, acrescentando que assim o produtor poderá ter certeza que está colhendo o grão certo e que terá procura pelo mercado nacional.