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Exigência de qualidade para o trigo pão

A partir deste ano o trigo pão deverá ter força de glúten de 220 W



A partir deste ano o trigo pão deverá ter força de glúten de 220 W
 
Este ano entra em vigor a normativa do trigo número 38, que substitui a normativa número 7, de 2001, com o objetivo de estipular um novo padrão de classificação para o trigo nacional. De acordo com o vice-presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e presidente da Comissão do Trigo, Hamilton Guterres Jardim, esta instrução anterior estabelecia padrões bastante baixos em relação ao que hoje está sendo exigido pela indústria nacional. “Tínhamos uma classificação que estabelecia que o grão de trigo que o Estado produzia tipo brando deveria ter uma força de glúten da farinha de 180 W. Contudo, pela nova instrução, para o trigo pão que será o foco do mercado daqui para frente para que os produtores tenham liquidez, este W passou para 220”, comenta Jardim.

Além disso, ele salienta que o Governo aumentou o preço mínimo em 5% para aqueles produtores que conseguirem o W 220, desde que o produtor precise acessar os mecanismos de comercialização na próxima safra que vai ser colhida a partir de outubro deste ano. Desta forma, como explica Jardim, a classe brando que exigia 50 W desaparece, e é substituída pelo trigo chamado básico, que exige um W de 100. “Entre o antigo brando que agora passou a ser básico e o pão de W 220, se incluiu uma classe chamada doméstico, que exige um W de 160”, informa ele.
Com isso, os produtores de trigo terão que perseguir um manejo adequado da cultura, principalmente com adubações calibradas e nitrogenadas em cobertura, para que as cultivares lançadas ao solo efetivamente atendam esta especificação, como ressalta Jardim. “O agricultor deverá focar a partir de agora em produtividade com qualidade. Porque o custo de produção desta safra vai ser um dos mais altos da história, e o produtor tem que perseguir produtividades acima de 55 a 60 sacas por hectare com qualidade para ter liquidez”, revela.

Hoje o Brasil é altamente dependente de matéria-prima importada, principalmente do Uruguai, Argentina e do Paraguai. “Nestes países eles conseguem padrões de qualidade sem tanto uso de adubação nitrogenada e adubação de base como a gente tem que fazer. Consequentemente, se nós não perseguirmos isso, teremos cada vez mais dificuldades para vender nosso produto e ficaremos mais dependentes de mecanismos do governo para ter a liquidez desejada”, observa.

Sendo assim, a normativa faz com que haja um aperto no manejo da lavoura, visando atingir estes índices que o governo está exigindo. “E o produtor pode plantar trigo pão, mas ele não sabe se vai colher trigo pão, pois vai depender das condições climáticas, principalmente no final de agosto e setembro que é quando as nossas variedades florescem. Por isso, ele deve focar em um bom manejo, adubando bem, fazendo aplicações de fungicida, e principalmente, sem deixar que o trigo fique muito tempo na lavoura por ocasião da colheita pegando chuva, porque o trigo não pode começar a brotar na lavoura sem ser colhido”, lembra ele, acrescentando que assim o produtor poderá ter certeza que está colhendo o grão certo e que terá procura pelo mercado nacional.
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