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Rondônia colhe nova supersafra de soja no cone sul

Crescimento da produção de soja no estado deverá ficar novamente em torno de 20% este ano



A colheita da soja na principal região produtora de Rondônia – o cone sul do estado – está chegando ao fim, com novos recordes à vista. Em praticamente todas as propriedades, a safra se encerrou nesta primeira quinzena de abril. Muitos produtores inclusive já realizaram o plantio do milho safrinha.

O crescimento da produção de soja no estado deverá ficar novamente em torno de 20% este ano – o que representa um novo patamar dentro do estado, que vem se consolidando como a última grande fronteira agrícola do país.

O Governo do Estado agora trabalha em busca de soluções para uma questão enfrentada ao longo dos últimos anos – a construção de novas unidades de armazenamento de grãos. Situação que ficou muito mais evidente na atual safra, com a cheia recorde do Rio Madeira.

Na capital, por causa da cheia, o porto da empresa Cargill, por exemplo, teve de paralisar suas atividades. Como solução emergencial, a empresa recorreu aos silos “superbags” – grandes “bolsões” horizontais, improvisados para armazenar temporariamente parte da soja recebida em suas unidades de Vilhena e Cerejeiras.

Os caminhões que transportam a safra também acabaram virando armazéns ambulantes. Nos primeiros dias de abril, os pátios dos grandes silos da região receberam dúzias deles. Os motoristas aguardavam por até 36 horas antes de poderem carregar e seguir viagem a Porto Velho. Na capital, novas filas os aguardavam, para o embarque no único terminal privado disponível, do Grupo Amaggi.

Armazéns

Nos últimos meses, o secretário estadual da Agricultura, Pecuária, Desenvolvimento e Regularização Fundiária (Seagri), Evandro Padovani, tem feito seguidas gestões junto ao governo federal, em Brasília, com objetivo de mostrar as dificuldades de armazenamento enfrentadas pela cadeia produtiva da soja no estado.

Como resultado, em março, o superintendente nacional da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) visitou os municípios do cone sul de Rondônia e confirmou a construção de novas unidades de estocagem de grãos na região, por parte do governo federal.

“O ideal é que a própria iniciativa privada administre os complexos de silos”, diz Padovani. “Já iniciamos a busca por empresas interessadas”, adianta. Além disso, nas últimas semanas, pelo menos oito projetos para construção de novos silos na região foram encaminhados por grupos privados à superintendência do Banco do Brasil.

Novos grupos empresariais vêm investindo na construção de silos, de olho no crescimento da soja. É o caso da Rede Boasafra, hoje a principal empresa genuinamente rondoniense a atual no segmento de armazenamento.

Em Cerejeiras, tem capacidade para 290 mil sacas em quatro silos. No ano passado, abriu sua segunda unidade, em Ariquemes. “Exportamos mais de um milhão de toneladas de grãos em 2013, e estamos em crescimento”, resume o empresário Gilberto Borgio, da Boasafra.

Calcário

Além da questão do armazenamento, o governo trabalha em outras frentes para reduzir custos ao produtor. Uma delas é a construção da nova usina de calcário de Pimenta Bueno, que vai aumentar a produção atual, das atuais 25 mil toneladas por ano, para mais de 400 mil.

Outra obra importante é a Rodovia do Calcário, que reduzirá a distância entre a usina e as lavouras do cone sul em cerca de 220 quilômetros. A ordem de serviço para executar as obras foi assinada este mês pelo governador.

De tudo isso, fica a certeza de que a safra de Rondônia deverá continuar crescendo e produzindo novos recordes. De acordo com a Seagri, a produção de soja no estado teve um crescimento em torno de 20% na safra de 2013. Atingiu cerca de 561 mil toneladas, diante de uma lavoura de 175 mil hectares.

O maior município produtor no ano passado foi Vilhena, com 141 mil toneladas, seguido por Corumbiara (110 mil), Cerejeiras (78 mil), Chupinguaia (72 mil), Pimenteiras (66 mil) e Cabixi (43 mil). Os números da safra de 2014 deverão ser anunciados em breve. 

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