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Faltará milho também em 2017, diz SLC

60% do milho safrinha que está sendo plantado em MT já foi vendido



O diretor-presidente da SLC Agrícola, Aurélio Pavinato, afirmou nesta quinta-feira, 10, durante teleconferência com analistas sobre os resultados do 4º trimestre de 2015 e do ano fechado que acredita que a escassez de milho no mercado interno persistirá ao longo deste ano. "Nossa estimativa é de que ano que vem faltará milho no mercado doméstico de novo", declarou Pavinato. 

A previsão se baseia, entre outros fatores, no fato de que 60% do milho segunda safra que está sendo plantado em Mato Grosso já foi vendido, a maior parte para exportação, segundo Pavinato, que dirige uma das maiores proprietárias de terras do Brasil e uma das maiores produtoras agrícolas do País em termos de área cultivada de algodão, soja e milho.
 
Ele comentou que, com a maior produção de milho na 2ª safra do que na primeira, a entressafra já não ocorre mais no segundo semestre, e sim no primeiro. "Por isso, também os preços estão altos agora e vamos segurar um pouco vendas de milho com expectativa de melhores preços", afirmou o executivo.
 
A companhia já comercializou 43% do milho segunda safra cultivado em suas terras, de acordo com o diretor-presidente da SLC. "É um pouco menos do que já comercializamos de soja e algodão, justamente porque temos a expectativa de conseguir preços melhores na entressafra e pela fase da temporada, ainda não tínhamos confirmação de qual seria a produção", complementou.

Pavinato explicou, durante a teleconferência, que a menor produtividade das lavouras de soja do ciclo 2015/16 em fazendas da empresa se "deve ao impacto da estiagem na região Nordeste".
 
Lavouras ainda em desenvolvimento sentiram mais a falta de chuvas e registraram produtividade de 34 sacas por hectare (3.012 kg/ha), 5,6% abaixo da projeção inicial. Já as lavouras mais maduras tiveram produtividade de 50 sacas por hectare, disse o executivo.
 
O diretor-presidente da SLC Agrícola informou também que boa parte dos insumos a serem utilizados na temporada 2016/17 já foram adquiridos. "Nos últimos dois meses compramos 85% dos fertilizantes para a nova safra", disse.

As cotações destes produtos, reguladas pelo mercado internacional e cotadas em dólar, ofereceram boas oportunidades de compra em alguns momentos, explicou Pavinato. "Temos fluxo de caixa para pagar ao longo do ano e alguma coisa no ano seguinte. Compramos boa parte dos fertilizantes em dólar e começamos a venda de algodão e soja da safra nova para fazer 'hedge' em relação a esses insumos", acrescentou. 
A empresa também já fez a compra de um dos agrotóxicos a serem aplicados na próxima safra e está em processo de negociação de compra de sementes com um fornecedor local. Na estimativa de Pavinato, o custo de produção no ciclo 2016/17 deve ser menor do que o da 2015/16.
 
Além das negociações antecipadas dos insumos em condições competitivas, outra razão para esta previsão é a perspectiva de possibilidade de recuperação dos preços internacionais das commodities que, na avaliação do executivo, "estão no fundo do poço". "A previsão é de que os preços vão se manter no patamar de hoje ou melhorar".
 
Além disso, a SLC informou que as despesas por hectare vêm caindo ano a ano e já recuaram 38% ao longo dos últimos quatro anos.

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