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Exportações mato-grossenses: setembro retrai 36%

Embarques encolheram no mês passado e registraram pior desempenho para o período nos últimos 4 anos


As exportações mato-grossenses seguem perdendo o vigor em 2014. A receita registrada em setembro foi a menor para o mês nos últimos quatro anos e na comparação anual aponta queda de 36%. No mês passado o faturamento foi US$ 835,56 milhões ante US$ 1,30 bilhão em igual período de 2013. A performance da pauta estadual foi negativa pelo segundo mês consecutivo na comparação anual, mesmo com os embarques de soja em grão em alta. 

Dos nove meses com saldo contabilizado neste ano, em apenas quatro deles o faturamento de 2014 superou o do mês par do ano passado. Apenas março, abril, maio e junho tiveram receita superior na comparação com o ano passado. No acumulado desse ano, de janeiro a setembro, as exportações caíram 3,47%, ao passarem de US$ 12,75 bilhões para atuais US$ 12,31 bilhões. Os dados foram divulgados ontem Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). 

Mesmo com as vendas da soja em grão em alta, os volumes não são suficientes para compensar a falta que o milho vem exercendo sobre a pauta neste ano. A retração no apetite internacional pela commodity ultrapassa 50%. Ainda em setembro, além do milho outros dois produtos colaboraram para a performance negativa, o algodão e o óleo de soja, cujas receitas encolheram 11,51% e 27,22%. 

A soja, que já foi responsável por mais de 70% das exportações do Estado, alicerça atualmente menos de 60% das vendas, mas fechou mais um mês em alta. A receita foi 11,15% superior, já que os embarques somaram negócios de US$ 7,10 bilhões, ante US$ 6,39 bilhões em setembro do ano passado. Em volume físico, foram 13,98 milhões de tonelada nesse ano contra acumulado de 11,98 milhões dos nove meses de 2013. 

Em alta estão também os cortes bovinos. A receita variou positivamente em quase 21%, ao passar de US$ 618,71 milhões para US$ 748,35 milhões. 

No lado das decepções, o milho lidera. Depois de ultrapassar as vendas de soja em grão no primeiro trimestre do ano passado, o cereal voltou ao ritmo natural das vendas, mas essa mudança ainda reverbera sobre a pauta estadual. No acumulado dos nove meses de 2013 as vendas somavam receita de US$ 2,25 bilhões e em 2014, US$ 1,07 bilhão, queda de 52,48%. Os embarques saíram de 8,76 milhões de toneladas – de uma safra recorde 22 milhões de toneladas – para 5,51 milhões de toneladas. Com essa diferença, o milho que ocupou no ano passado o segundo lugar no ranking estadual das exportações ao atingir participação de quase 18%, tem atualmente apenas 8,70%. 

O algodão, que nessa época tem muita demanda, por ser o primeiro mês cheio pós-colheita, registrou queda na receita de 11,51%. Conforme dados do Mdic, os negócios passaram de US$ 443,21 milhões para US$ 392,13 milhões. Conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a demanda pela pluma existe. Com a retirada total da safra 2013/14 dos campos em Mato Grosso, o Estado está ofertando um milhão de toneladas, 2,55% superior ao estimado no último relatório de oferta e demanda. “A preferência deve ficar para o mercado interno, uma vez que as estimativas apontam para consumo interestadual de 537 mil toneladas, enquanto 370 mil toneladas devem ser exportadas e 53,5 mil toneladas devem permanecer para consumo das indústrias do Estado”. 

DESTINOS – Dos US$ 12,31 bilhões de receita, quase 40% foram sustentados pela demanda chinesa, leia-se: soja. Mesmo com recuo de negócios em 0,56%, os embarques somaram US$ 4,82 bilhões ante US$ 4,85 bilhões registrados de janeiro a setembro de 2013. 

Completam os cinco maiores destinos da pauta mato-grossense, por ordem, Holanda, US$ 1,20 bilhão (-4,55%), Indonésia US$ 549,22 milhões (73,45%), Espanha US$ 521,95 milhões (48,67%) e Venezuela US$ 351,15 milhões (-17,83%). 

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