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Colheita do milho

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A colheita é um procedimento agrícola em que o produtor deve planejar todas as fases, de forma a integrar a colheita ao sistema de produção, obtendo assim um produto (grão ou semente) que apresente bom padrão de qualidade. Nesse sentido as várias etapas, desde a implantação da cultura, até o transporte, secagem e armazenamento dos grãos têm de estar diretamente relacionadas.

O milho está pronto para ser colhido a partir da maturação fisiológica do grão, o que acontece no momento em que 50% das sementes na espiga apresentam uma pequena mancha preta no ponto de inserção das mesmas com o sabugo. O milho pode começar a ser colhido quando o teor de umidade for superior a 13%. Todavia, se houver a necessidade de antecipação da colheita, esta pode ser iniciada quando o teor de umidade estiver na faixa entre 18-20%. Para tal, o produtor deve levar em consideração a necessidade e disponibilidade de secagem, o risco de deterioração, o gasto de energia na secagem e o preço do milho na época da colheita.

Uma lavoura, para que se obtenham os melhores resultados em termos de produtividade, deve ser planejada visando a funcionalidade e operacionalidade das máquinas e equipamentos envolvidos na colheita. Desta forma, as áreas devem ser divididas de forma a facilitar a movimentação da colhedora e do escoamento dos grãos colhidos. Alguns fatores devem ser levados em conta, quando se espera a obtenção de uma boa colheita, tais como a regulagem do espaçamento entre cilindro e côncavo, a velocidade de rotação do cilindro, o teor de umidade do grão e a qualidade do grão e as perdas.

A pesquisa tem mostrado que a qualidade do grão está ligada a umidade deste no momento da colheita, associado a velocidade de colheita. Para se obter menores índices de danos nos grãos colhidos, estes tem que apresentar umidade entre 12 e 13%, além de serem colhidos em rotações menores. Além disto, a velocidade de trabalho a ser utilizada para a colhedora deve ser determinada em função dos níveis de perdas (pré-colheita, plataforma, grãos soltos e grãos nos sabugos) aceitáveis durante a realização da operação de colheita. Quando a colheita é realizada com teores mais elevados de umidade, aumenta-se a possibilidade de perda por grãos no sabugo, enquanto que, para teores mais baixos, as perdas mais elevadas são registradas em termos de grãos soltos.

A secagem natural do milho no campo traz benefícios no sentido de economizar energia na secagem artificial, mas, à medida que o milho seca, diminui a concorrência com as plantas invasoras, aumentando a incidências destas. Este fato pode trazer inúmeros problemas para a operação de colheita mecânica, como, por exemplo, o embuchamento das colhedoras com plantas invasoras, impedindo que as máquinas tenham bom desempenho.

 

José Luis da Silva Nunes

Eng. Agrº, Dr. em Fitotecnia


 

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