Seleção de plantas daninhas tolerantes e resistentes ao glyphosate
A tecnologia da soja transgênica, que permite o uso do glyphosate em pós-emergência da soja sem afetar a cultura, significou para os produtores a oportunidade de controlar as plantas daninhas de forma fácil, eficiente e com relativo baixo custo. Existem alguns casos em que o custo com herbicida foi reduzido em mais de 70%, viabilizando o cultivo da soja em alguns anos como em 2005. Para a comunidade científica, essa tecnologia apresentou-se como uma importante alternativa para incrementar o manejo das plantas daninhas, principalmente de espécies resistentes aos inibidores da ALS, como o leiteiro e o picão-preto resistentes ao imazaquin (Scepter), já que o glyphosate possui mecanismo de ação diferente daqueles que vinham sendo utilizados para controlar as plantas daninhas seletivamente na cultura da soja. Dessa forma, a tecnologia da soja transgênica foi aceita e recomendada pela comunidade científica e adotada rapidamente pelos produtores. Entretanto, tanto os produtores como os técnicos foram surpreendidos com a rápida seleção de espécies daninhas em resposta ao uso repetido do glyphosate. Essa situação não foi prevista já que o modo de ação do glyphosate é considerado de baixo risco para seleção de espécies tolerantes e/ou resistentes e não houve monitoramento, devido a forma com que a tecnologia foi introduzida no mercado, ou seja, enquanto muitas lavouras eram conduzidas com soja transgênicas no Rio Grande do Sul os órgãos de pesquisa aguardavam a liberação oficial para poder iniciar as pesquisas. Isso provocou dissonância entre a pesquisa e a realidade nas lavouras.
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Autores: Leandro Vargas & Dionisio Gazziero.