Cadeia da Mandioca é tema de encontro em Castanhal (PA)

O I Encontro da Cadeia Produtiva da Mandioca que tem como tema “Do plantio ao beneficiamento da mandioca e seus derivados”ocorre na cidade de Castanhal (PA), nesta quinta-feira (30), no Parque de Exposições Pedro Coelho Mota. Promovido pelo Sindicato Rural de Castanhal, em parceria com a Embrapa Amazônia Oriental, o evento é aberto a agricultores, técnicos e estudantes e visa fortalecer esse importante setor da cadeia produtiva paraense trazendo tecnologias para o desenvolvimento de sistemas produtivos de mandioca e o aperfeiçoamento dos processos de produção de produtos e derivados.

Será um dia inteiro de debates técnicos contando com oito palestras proferidas, em sua maioria, por especialistas da Embrapa Amazônia Oriental, responsável técnica do evento. Os temas abordam tecnologias e processos tecnológicos gerados pela Embrapa e parceiros há mais de 10 anos no Pará, para atender demandas diversas como controle de pragas e doenças, melhoramento genético, mecanização, oportunidades de diversificação de produtos e subprodutos, além da avaliação econômica de sistemas produtivos.  A expectativa dos organizadores é reunir cerca de 800 pessoas, a maioria agricultores de vários municípios paraenses e de outros estados produtores.

O Pará é o maior produtor nacional do tubérculo, com quase 5 milhões de toneladas em 2015  mas nos últimos anos tem importado fécula e até farinha de mesa. A cultura padece com a baixa tecnologia utilizada no plantio, o que reduz o potencial produtivo, além de possuir poucas unidades de processamento de farinha mecanizadas ou semi-mecanizadas, assim como a inexistência de fábricas de fécula, indicadores importantes para fortalecer o setor, pois aumenta o número de empregos gerados, assim como divisas para o estado, conforme explicou Eduardo Kataoka, diretor de eventos do Sindicato Rural de Castanhal.

Raimundo Brabo, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e um dos palestrantes do encontro, lembra que apesar do município não figurar entre os maiores produtores, se destaca por ser o epicentro da cadeia produtiva da mandioca na região nordeste paraense, fornecendo insumos, máquinas e logística de crédito rural para os demais municípios vizinhos e soma-se a isso, a localização estratégica devido ao fácil acesso de técnicos e agricultores do município, da capital Belém e de municípios do entorno.

Brabo afirma ainda que a cidade de Castanhal se destaca do restante do Pará, pois, ao contrário da ampla maioria do estado, onde o processamento é majoritariamente artesanal, o município possuí diversas unidades de processamento, as chamadas de farinheiras, que são semi-mecanizadas. Nessas unidades a produção varia entre 50 até 500 sacos de farinha por semana. “Castanhal tem ainda como diferencial o nível tecnológico do sistema de plantio utilizado pelos produtores com uso da mecanização e correção da fertilidade do solo, com alguns agricultores colhendo até 40 toneladas por hectare aos 14 meses, muito acima da média estadual, que é de 14 toneladas”, explicou o pesquisador.

Ainda de acordo com o pesquisador, o encontro é uma oportunidade de discutir as novidades, refletir sobre os gargalos e reforçar parcerias para construir soluções para a cadeia. Ele lembrou ainda que a maioria dos temas levados pela Embrapa para o evento e outros que não couberam na programação, estão no livro "Cultura da Mandioca: aspectos socioeconômicos, sistemas de cultivo, manejo de pragas e doenças e agroindústria". A publicação está disponível gratuitamente no site da Embrapa e reúne uma coletânea de 14 artigos assinados por 16 especialistas e foi organizado pelo pesquisado juntamente com o analista de pesquisa, Moisés Modesto, que figura entre os palestrantes.

Parceria pelo desenvolvimento agropecuário

O I Encontro da Cadeia Produtiva da Mandioca é fruto de parceria entre o Sindicato Rural de Castanhal e a Embrapa Amazônia Oriental, por meio do Núcleo de Apoio à Pesquisa e Transferências de Tecnologia (NAPT) Bragantina. O evento conta ainda como o apoio da Emater e da Secretaria de Agricultura Municipal de Castanhal. 

Trabalho conjunto que desde 2014 tem levado à região debates e eventos técnicos para fortalecer o desenvolvimento agropecuário, conforme explicou João Paulo Castanheira Both, supervisor do NAPT Bragantina.
Segundo João Paulo, nos últimos três anos foram realizados diversos eventos que abordaram as cadeias da pimeta-do-reino, açaí, dendê e nesta quinta-feira, sobre a mandioca. “A parceria com o sindicato propicia a aproximação da Empresa com os agricultores e incentiva produtores e técnicos ao acesso a novas tecnologias e informações preconizadas pela Embrapa. Por outro lado, também traz à instituição as demandas e a realidade do setor”, analisa o supervisor.

Confira a programação:

• 8h30: Abertura 
• 9h00 às 10h: Trio da Produtividade da Mandioca e Roça Sem Fogo – Raimundo Nonato Brabo Alves (Embrapa Amazônia Oriental)
• 10h às 11h: Cultivo mecanizado e controle de plantas daninhas em mandioca – Benedito Dutra (produtor)
• 11h às 12h: Principais insetos pragas e seu controle – Aloyséia Cristina da Silva Noronha (Embrapa Amazônia Oriental)
• Intervalo para Almoço
• 14h às 15h: Doenças na cultura da mandioca - Alessandra Keiko Nakasone Ishida ((Embrapa Amazônia Oriental)
• 15h às 16h: Boas práticas de fabricação de farinha, maniva e tucupi – Laura Figueiredo Abreu (Embrapa Amazônia Oriental)
• 16h às 16h30: Principais empreendimentos com mandioca: investimento e análise econômica de produção de farinha, tapioca, tucupi, goma e folha de maniva – Moisés de Souza Modesto Júnior (Embrapa Amazônia Oriental)
• 16h30 às 16h45: Projeto econômico e financeiro de farinheira com um forno (capacidade de processamento de 40 sacos de farinha por semana) - Moisés de Souza Modesto Júnior (Embrapa Amazônia Oriental)
• 16h45 às 17h: Projeto econômico e financeiro de farinheira com três fornos - Moisés de Souza Modesto Júnior
• 17h: Encerramento

Serviço:
Evento: I Encontro da Cadeia Produtiva da Mandioca 
Data: 30 de março
Local: Sindicato Rural de Castanhal - Parque de Exposição Pedro Coelho Mota (Av. Presidente Getúlio Vargas, 7354. Cristo Redentor)
Inscrições: gratuitas e no local