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Operações Carne Fraca e Carne Fria


Opinião Livre

O Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS) tem como objetivo promover o desenvolvimento da pecuária sustentável no Brasil, por meio da articulação da cadeia, melhoria contínua e disseminação de informação. Como entidade do setor, temos acompanhado de perto as investigações das operações Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal; e Carne Fria, deflagrada pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), e neste sentido acreditamos que é importante ressaltar alguns pontos.
 
Primeiramente, declaramos que confiamos no trabalho realizado pelas autoridades e que apoiamos as apurações das denúncias. Toda e qualquer falha comprovada nos processos demanda as devidas punições e correções.
 
No que se refere à operação “Carne Fraca”, o Grupo salienta que confia na qualidade do produto nacional em relação a questões sanitárias que atendem a rigorosas normas nacionais e internacionais e apoia as ações que contribuem com a melhoria da qualidade dos processos adotados em nossa atividade.
 
De acordo com os dados do Governo Federal, em 2016 foram expedidos 853 mil produtos de origem animal para o exterior e destes 99,98% em conformidade, de acordo com os importadores. Vale ainda ressaltar que dentre as não conformidades, 0,02% das exportações, a maior parte é devida a temas não sanitários como rotulagem e preenchimento de certificados.
 
Ainda, segundo o governo federal, das 4.837 unidades sujeitas à inspeção federal, apenas 21 estão sob investigação; e dos 11 mil fiscais agropecuários, apenas 33 estão sendo investigados.
 
Dessa forma, entendemos que as irregularidades apontadas pela operação foram casos pontuais decorrentes da corrupção do sistema e não falhas do sistema em si.
 
Quanto à “Carne Fria”, o GTPS apoia os mecanismos de monitoramento e controle do desmatamento ilegal e demais critérios assumidos em compromissos públicos pelas empresas associadas, bem como incentiva o desenvolvimento da atividade pecuária com a adoção de boas práticas e uso de tecnologias que aumentam a produtividade e reduzem a pressão pela abertura de novas áreas.

O Grupo é totalmente contra o desmatamento ilegal, apoia a regularização ambiental e fundiária, e mantêm seu compromisso de apoio à produção com desmatamento zero, condicionado à criação de condições e formas de compensação econômica para viabilizá-lo.

Desde a criação do GTPS, foi possível observar grandes avanços na cadeia de valor da pecuária brasileira, em especial do que se refere à comunicação entre os elos da cadeia. Ambientes de aproximação e discussão permitiram que diferentes atores passassem a buscar, de forma mais coordenada, seus objetivos comuns, e isso inclui o relacionamento entre os setores público e privado.

Hoje, o país dispõe de uma gama de informações capaz de suprir robustos sistemas de comando e controle para o pleno cumprimento das legislações vigentes que recaem sob as cadeias de produção. Cadastro Ambiental Rural (CAR), Guia de Trânsito Animal eletrônica (GTA), Lista de Áreas Embargadas do IBAMA, Lista de Empregadores Irregulares do MTE, áreas de desmatamentos recentes identificadas pelos sistemas PRODES e DETER do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Cada vez mais se faz necessária a integração dos diferentes sistemas que contém tais informações, possibilitando maior qualidade no monitoramento e no controle que os atores privados e públicos devem fazer.

Por fim, o GTPS entende que a responsabilidade pelo desenvolvimento sustentável das cadeias de produção de commodities do agro no Brasil é responsabilidade de cada um dos atores envolvidos e/ou interessados, direta ou indiretamente, e está de portas abertas a todos que quiserem contribuir neste trabalho.

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