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Seguro ampara 12 mil agricultores familiares nesta safra

Os recursos do SEAF vêm do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro)


Os recursos do SEAF vêm do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro)

A safra 2015/2016 ainda não terminou de ser colhida e 12 mil agricultores já foram amparados pelo Seguro da Agricultura Familiar (SEAF) devido às perdas que tiveram na lavoura. Os prejuízos foram causados por fatores climáticos como seca, granizo, geada e chuva excessiva. Ao todo, R$ 237 milhões já foram pagos pelo seguro a esses agricultores, e esse montante deve aumentar. Outros 15 mil laudos de perdas estão em fase de análise e se, comprovado o prejuízo, esses agricultores também devem receber o seguro até o fim do ano.  Mais de 340 mil agricultores estão assegurados na safra 2015/2016. O valor total segurando nessa safra é de R$ 9,4 bilhões.

Os recursos do SEAF vêm do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Ele é destinado aos agricultores familiares que acessam o financiamento de custeio agrícola vinculado ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).  O valor segurado é calculado da seguinte forma: 80% da receita bruta esperada da lavoura, limitado ao financiamento, mais R$ 20 mil. 

O seguro é feito na hora em que o agricultor acessa o financiamento de custeio. “A análise de risco e a definição do valor segurado são feitas com base em procedimentos e planilhas técnicas utilizadas para o financiamento da lavoura.” explica José Carlos Zukowski, diretor substituto do Departamento de Financiamento e Proteção da Produção (DFPP) da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF).

O seguro opera em todo o Brasil e podem ser beneficiados agricultores familiares que plantam culturas do zoneamento agrícola e acessam o crédito do Pronaf. “A adesão é feita no contrato de custeio agrícola do Pronaf. A adesão é automática, mas é preciso fazer o financiamento da lavoura para ter o seguro”, explica Zukowski.

A região Sul é a que concentra o maior número de beneficiários do SEAF.  É que essa região concentra o maior número de agricultores familiares integrados ao mercado.  O público alvo do seguro são os agricultores que produzem para vender, cultivam a lavoura como um empreendimento viável, tem acesso ao mercado e ao crédito.  Para agricultores familiares com baixa integração ao mercado, há outros programas como o Garantia Safra, que concentra sua atuação na região Nordeste.

Recebimento

O pagamento do seguro poderá ser feito se houver perdas superiores a 30% na lavoura, causadas por evento amparado. Para receber o seguro, o agricultor familiar deve comunicar ao banco o mais rápido possível que teve perdas na lavoura. “Ele tem que fazer a comunicação na época própria, depois que aconteceu o evento. Se for granizo, geada, ou coisas assim, tem que ser logo após o evento”, explica José Carlos Zukowski. “Se for seca, entre duas e três semanas antes da fase de colheita”, acrescenta. 

Feito o comunicado, o banco envia um perito que vai até a lavoura e elabora um laudo. O documento segue para o banco que vai analisar e calcular a indenização. “A solicitação é mandada ao Banco Central que envia os recursos e paga o agricultor”, explica Zukowski. “Uma parte vai para a conta do financiamento, para pagamento da dívida, e a outra parte vai para a conta corrente do agricultor, que é a parte que corresponde à renda liquida”, acrescenta.

Cuidados

É importante o agricultor se atentar para alguns fatores que levam à perda da lavoura. Ele é responsável por adotar medidas que podem evitar prejuízos. Se na vistoria for verificado que tais cuidados não foram tomados por parte do agricultor, ele poderá perder a cobertura do seguro.

Um exemplo prático disso pode-se ver no milho safrinha, que é recomendado para cultivares de ciclo curto. É comum plantá-lo em fevereiro para colher entre final de maio e junho. “Se o agricultor plantar cultivares de ciclo médio e longo, a lavoura fica em campo por mais tempo, exposta a riscos climáticos muito altos nessa época do ano”, explica Zukowski. “Em junho e julho é comum a ocorrência de geada, vendaval, chuva excessiva e até mesmo seca na região Sul, causando perdas na lavoura, quando a colheita já era para ter sido encerrada”, complementa ao informar que também é preciso ficar atento ao tempo correto de plantio para diminuir os riscos de perda.

A época apropriada para a colheita é outra questão que requer atenção.  A cobertura do seguro termina no final da fase de colheita definida pelo ciclo da cultura.  Quando os grãos ou frutos estão em condições de serem colhidos, a colheita precisa ser feita. 

A colheita não pode ser postergada, deixando produção no campo exposta a riscos climáticos, fungos e pragas.

É importante destacar que o agricultor é responsável pela boa condução da lavoura e por medidas de prevenção ou mitigação dos impactos do clima.  Se a vistoria de comprovação de perdas indicar que não houve a atenção devida, a indenização do seguro pode sofrer suspensão ou a lavoura pode perder totalmente a cobertura. “É preciso fazer a adubação correta, usar sementes de qualidade, cuidar bem do solo e respeitar o zoneamento agrícola, são cuidados básicos”, pondera Zukowski.

No site da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário é possível encontrar diversas informações e cuidados que devem ser tomados para evitar a perda do segundo. Acesse o link e fique informado de como proteger a lavoura.

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