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Como tornar um deserto fértil

A nova substância retém a água e protege a vegetação contra o frio


Cientistas russos mostraram ser possível criar plantas medicinais em áreas desérticas. Para o efeito, foi inventado um criogel polímero especial, capaz de proteger árvores, arbustos e vegetação em geral contra a perda de umidade. A nova substância retém a água e, ao mesmo tempo, protege a vegetação contra o frio.

Desta forma, é criado um ambiente úmido para as plantas no terreno seco e um “invólucro” quente para as culturas em clima frio. O novo gel, leve e relativamente barato, foi inventado por especialistas do Instituto de Química de Petróleo com a sede na cidade de Tomsk, importante centro científico da Sibéria Ocidental. Os respetivos testes já foram realizados no deserto de Gobi, na Mongólia e na China.

As mudas de árvores coníferas, plantadas há dois anos em solo arenoso misturado com o novo criogel cresceram, tendo atingido a altura de 1,3 metros. Em comparação com outras plantas, elas mantêm a cor verde-vivo.

“Os abetos plantados no mesmo período sem o uso de criogel morreram, conta Maria Fufaeva, participante da experiência, investigadora do referido Instituto. “Depois de usado o gel, no deserto de Gobi cresceram várias plantas medicinais, como o trifólio”, concluiu.

Cumpre dizer que a nova substância é mais eficiente do que o criogel de gerações anteriores por ter uma séria vantagem – ela não contém uma fase de gás, o que afeta o regime de umidade e o isolamento térmico. Quanto maior for o conteúdo de gás no liquido, tanto mais elevadas serão essas características” .

”A geração de gás se realiza diretamente na solução polímera, salienta o professor catedrático, Vladimir Manzhai. Na sequência disso, se forma uma espuma, composta de partículas miúdas. Em etapa seguinte, a espuma se congela e, se necessário, se descongela”.

Em virtude do isolamento térmico proporcionado por criogel, as plantas podem resistir ao frio. Isso é muito importante nas regiões em que se verificam geadas noturnas, em zonas montanhosas e em regiões com clima frio. A ação do gel na qualidade de “cobertor” quente foi testada em Chita, na Sibéria Ocidental.

Naquela cidade siberiana, o inverno é muito frio e o solo se congela. Mas, usando o criogel, a água, mesmo com a temperatura do ar de 40 graus negativos, continua líquida”, revelou a diretora do Instituto de Química de Petróleo, Lyubov Altunina. “Se nessas condições semearmos uma planta, a semente será coberta por um “casaco de pele”. As raízes sustentarão o frio e o calor e a planta irá sobreviver”.

O criogel não produz efeitos colaterais. Não suprime a microflora do solo. Por via de regra, se introduz após a semeação juntamente com a água, fertilizantes ou adubos.

Os colaboradores do Instituto planejam alargar a área de emprego de tipos espumantes de criogel. Se na solução do polímero forem introduzidos aditivos, a nova substância projetada por cientistas russos poderá ser usada como adubo.

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