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Carne de frango: importações russas recuam cerca de 70% em cinco anos

Em 2015, no entanto, essa performance não vem se mantendo


Em agosto de 2014, há exatamente um ano, a Rússia decretou embargo total à carne de frango dos EUA – uma retaliação de caráter essencialmente político e anterior ao surgimento da Influenza Aviária em território norte-americano. A partir do mês seguinte, setembro, os embarques caíram a “zero” e têm-se mantido assim há, também exatos, 12 meses.

Contava-se, então, que os importadores russos recorressem ao Brasil para suprir, senão totalmente, a lacuna aberta por quem vinha sendo, até então, seu principal fornecedor. E, de fato, no ano passado as exportações brasileiras de carne de frango para a Rússia (dados do Departamento de Agricultura dos EUA – USDA) mais do que dobraram, passando de perto de 50 mil toneladas para quase 120 mil toneladas (143% de aumento).

Em 2015, no entanto, essa performance não vem se mantendo e, ao contrário, a tendência que prevalece é a de redução do volume exportado do Brasil para a Rússia – pelo menos do ponto de vista do USDA. Assim, projetado o volume acumulado nos cinco primeiros meses de 2015 para a totalidade do ano, a demanda russa atendida pela carne de frango brasileira corresponderá, aproximadamente, à metade do que foi registrado em 2014.

Nesse desempenho, só um fato é certo: em 2015, pela primeira vez na história, o Brasil supera os EUA no fornecimento de carne de frango à Rússia. Porém, não se torna o principal fornecedor daquele mercado: continua em segundo lugar – como no ano passado. Quem passa a ocupar a liderança no atendimento do mercado russo é a vizinha Belarus (Bielorrússia), cujas exportações para o parceiro comercial (juntas, Belarus e Rússia, além do Cazaquistão, compõem a União Aduaneira Euroasiática) podem, neste ano, superar as 130 mil toneladas, mais de 60% do que a Rússia tende a importar em 2015 (mantida a média registrada nos cinco primeiros meses do ano).

O mais provável, no entanto, é que as exportações de carne de frango da Rússia em 2015 fiquem abaixo da média projetada a partir dos dados do USDA. E não só porque o governo de Moscou continua investindo incisivamente no aumento da produção local, mas também porque a desvalorização do rublo torna proibitivas as importações. 

Sem dúvida, devem chegar às 200 mil toneladas, mas dificilmente ficarão muito acima desse volume. Pelas projeções desenvolvidas a partir dos números do USDA chegariam às 218 mil toneladas, ficando 53% abaixo do que foi importado em 2014. E, comparado esse volume aos resultados de 2010, as importações russas caem mais de 65% no curto espaço de cinco anos. Já a perda brasileira (após o forte avanço de 2014) fica em 57%.

Ressalva-se, de toda forma, que esta previsão leva em conta os dados do USDA relativos aos cinco primeiros meses do ano. Pois, se considerados os dados brasileiros da SECEX/MDIC para o período janeiro-julho de 2015, a projeção das importações russas no corrente exercício sobe para mais de 90 mil toneladas. Um volume que significa redução um pouco menor - de pouco mais de 35% - em relação a 2010. 

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