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Análise semanal do mercado da soja

As cotações da soja em Chicago ficaram relativamente estáveis durante esta semana


As cotações da soja em Chicago ficaram relativamente estáveis durante esta semana, porém, com viés de baixa. A expectativa toda do mercado é para com o relatório de intenção de plantio nos EUA, previsto para o próximo dia 31/03, assim como em relação ao desenvolvimento da colheita na América do Sul. Com isso, o fechamento desta quinta-feira (23) ficou em US$ 9,91/bushel, para o primeiro mês cotado (maio), contra US$ 10,01 uma semana antes. Chicago encontra, por enquanto, resistência para romper definitivamente o piso dos US$ 10,00/bushel.

Na prática, o mercado já estaria precificando, em parte, um aumento no plantio de soja nos EUA, ao mesmo tempo em que assiste a uma colheita recorde na América do Sul. Nestas condições, não há motivos fundamentais para altas em Chicago, salvo intervenções especulativas do sistema financeiro, através dos Fundos. 

Dito isso, enquanto para o Brasil o mercado já espera uma colheita próxima a 110 milhões de toneladas, na Argentina, como alertamos ainda no final do ano passado, as chuvas ocorridas naquele momento pouco prejudicaram as lavouras da oleaginosa já que o momento era de plantio. Assim, a expectativa é de que o vizinho país colha uma safra bem melhor do que as 55 milhões de toneladas projetadas. Já o Paraguai anuncia colheita de 10 milhões de toneladas, um recorde histórico para o país.

Por sua vez, as vendas líquidas de soja por parte dos EUA, para o ano 2016/17, na semana encerrada em 09/03, ficaram em 471.600 toneladas, ficando 12% abaixo da média das quatro semanas anteriores. A China foi o principal comprador com 221.400 toneladas. Para o ano 2017/18 o volume chegou a 225.800 toneladas.

Já as inspeções de exportação estadunidenses somaram 737.255 toneladas na semana encerrada em 16/03, acumulando no atual ano comercial, iniciado em 1º de setembro passado, um total de 45,7 milhões de toneladas, contra 41 milhões um ano antes na mesma época.

Pelo lado da demanda, espera-se que a China venha a importar 89 milhões de toneladas de soja em 2017/18, contra 86 milhões no corrente ano. Isso deu um pequeno fôlego ao mercado.

No mercado brasileiro, mesmo com o câmbio melhorando um pouco (R$ 3,12 por dólar em meados da semana), os preços acabaram recuando novamente. A média gaúcha no balcão fechou a semana em R$ 62,65/saco, enquanto os lotes giraram entre R$ 63,00 e R$ 64,00/saco. Nas demais praças nacionais, os lotes oscilaram entre R$ 53,80/saco em Sorriso (MT), passando por R$ 59,00/saco em Pedro Afonso (TO) e Unaí (MG), e chegando a R$ 64,00/saco em Pato Branco (PR). É bom frisar que em boa parte do Centro-Oeste brasileiro os preços da oleaginosa giram entre R$ 53,00 e R$ 56,00/saco neste momento.

Por outro lado, as exportações brasileiras de soja continuam firmes, esperando-se um volume de 10,2 milhões de toneladas apenas para o mês de março (dois milhões acima do registrado em março do ano passado). Esta cadência de embarque poderá forçar um aumento nos preços da oleaginosa no segundo semestre, pela redução dos estoques nacionais, especialmente se o Real sofrer desvalorização.

O Brasil projeta exportar, neste ano comercial, 57,5 milhões de toneladas de grãos de soja, 15,5 milhões em farelo e 1,4 milhão de toneladas em óleo de soja (cf. Safras & Mercado).

Quanto a atual colheita, o país atingia a 63% da área total em 17/03, contra 56% na média histórica. Por Estado brasileiro, o desenrolar da colheita assim se apresentava na referida data: 7% no RS; 9% na BA; 17% em SC; 65% em MG; 72% no PR; 90% em GO e SP; e 95% no MT e MS (cf. Safras & Mercado).
 

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