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Suinocultura: alimento e renda


Arnaldo Calil Pereira Jardim

A Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS) me honrou recentemente denominando com meu nome seu troféu de excelência, concedido anualmente à personalidade de destaque da cadeia produtiva de suínos. O Troféu Arnaldo Jardim de Suinocultura me alegra, mas também determina uma responsabilidade de trabalhar por um setor mais pujante, gerando mais empregos e renda, aumentando a produtividade e fornecendo alimento de qualidade a preço acessível para a população.

É enorme o potencial a ser explorado porque a demanda por proteína animal – incluindo a suína – é crescente no mundo todo. Um suíno de qualidade tem lugar garantido no mercado internacional, onde ocupamos a quarta posição mundial na produção e exportação desta carne.

A taxa histórica de crescimento da produção e da exportação não tem sido elevada para a carne suína. Porém, 2016 trouxe um novo patamar para nossas exportações, que representavam em 2014 e 2015 cerca de 17% da produção, pulando para 24% no ano passado.

Um aumento que garantiu maior espaço no mercado internacional, saindo das 660 mil toneladas de 2012 para cerca de 900 mil toneladas em 2016 – crescendo de 9% para 10,5% nossa participação nas exportações mundiais. Mas apesar desse crescimento, o Brasil ainda só participa de 3% da produção mundial.

É um número que tem tudo para crescer se o suinocultor brasileiro contar com condições para produzir. Assim como as outras cadeias do agronegócio, a suinocultura também sofre com a falta de infraestrutura para escoar sua produção e com um pesado sistema tributário brasileiro que a torna quase inviável.

Além disso, a falta de um transporte a menor custo, como o ferroviário, por exemplo, infla os custos de produção. Em 2016, a saca de milho chegou a atingir o preço médio de R$ 54, com uma pequena redução para R$ 48 na primeira quinzena de novembro e atualmente na casa dos R$ 30.

Essa redução está ligada ao arrefecimento das incertezas políticas dos últimos anos, que afetaram diretamente o câmbio, valorizando o dólar frente ao real e encarecendo os custos de produção ao elevar os preços dos insumos. A desvalorização da moeda norte-americana – que chegou a custar mais de R$ 4 em 2016 – nos últimos meses chegando a R$ 3,10 é um alento, mas ainda não resolve todas as questões. 

Em um momento onde a China assume o papel de maior importadora de carne suína, além de já ser a maior consumidora e produtora, o Brasil precisa ganhar condições de competividade para garantir seu espaço no cenário internacional. Em apenas quatro anos, de 2012 a 2016, as importações de carne suína do país asiático passaram de 0,7 milhão de tonelada (11% das importações mundiais) para 2,5 milhões de toneladas (29%). 

Ademais, o setor se comprometeu com a sustentabilidade ambiental e da produção. A destinação de resíduos finais tem incorporado este princípio ambiental. 

Temos um agropecuarista compromissado e capaz de quebrar recordes de produção. Temos disponibilidade de água, nosso clima é favorável e nossa sanidade – principal quesito para a importação – é atestada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

São Paulo e outros 12 Estados brasileiros receberam em 2016 o atestado de área livre de Peste Suína Clássica (PSC). Demonstramos nosso status sanitário seguindo o procedimento oficial da OIE, sendo formalmente reconhecido pela Assembleia Mundial de Delegados – composta pelos 180 países membros.

Isso significa que todos os membros de uma organização tão importante confiam na carne suína produzida no Brasil. É por isso que o ano de 2017 precisa ser o momento em que nossa suinocultura conquistará a preferência nas mesas das famílias do mundo todo.

Por Arnaldo Jardim

Arnaldo é deputado federal licenciado (PPS-SP) e secretario de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo

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