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Preços futuros da soja


Nei Pflug Ketzer
O que pensar do futuro da soja?
 
Gostaríamos de comentar este assunto, pois creio que muitos leitores já estejam pensando na possibilidade de menores e piores preços nos USA. Consideramos, todavia, que a minha momentânea parada de escrever nesta coluna, tenha trazido a oportunidade de compararmos o passado com o presente, e ainda arriscar uma análise sobre o futuro da soja.

 
Mas indo ao que interessa: safra finalizada no Brasil e plantio sendo concluído nos USA, embora o  clima esteja preocupando nesta altura dos acontecimentos devido a chuvas ocorrendo em algumas regiões do Meio Oeste americano      e interrompendo momentaneamente o plantio.
 
E os preços caindo em Chicago numa grande maioria das safras – nem somente a soja apresenta características excepcionalmente boas de plantio e colheita no mundo, mas milho e também o trigo trazem boas possibilidades.
 
Mais do que isso, os preços deveriam – nesta altura do ano, apresentar níveis bem mais altos que os 9,50 dólares por bushel de soja como estão sendo apresentados atualmente, mas teremos que somar mais alguns fatores também responsáveis pelos baixos preços do momento.
 
A safra americana de 2015/2016 promete ficar ao redor de 105 milhões de toneladas enquanto a atual safra brasileira deva ficar ao redor de 95 milhões. Ainda, a safra dos demais países sul americanos obteve consideráveis acréscimos de produção.
 
Ainda há de se considerar alguns fatores que muitos analistas consideram subjetivos.  Pensamos de outra forma, pois tanto na Bolsa de Chicago (CBOT) como em qualquer outra bolsa do mundo, o fator psicológico pesa muito – o fato de estar ocorrendo uma supersafra  e consequentemente super oferta faz com que os preços caiam, pois não há pressa de comprar – a commodity não falta e não faltará no mercado.
 
Conta-se ainda com outro fator que vem sendo escondido há tempo: o financeiro. Nunca nos esqueçamos que os agricultores, e os donos de silos e cooperativas não são maioria ativa e operativa na CBOT.  Por que nos referimos a isso? Por que há algum tempo o Fed(equivalente ao nosso Banco Central nos USA) está prometendo aumentar os juros que passariam, segundo analistas a serem algo entre 0,5 a 1% ao ano. Como os USA passam pela necessidade de fazerem um ‘alinhamento’ de preços nos ativos da sua economia, o simples  fato de aparecer uma possibilidade que possa salvar a economia americana de um novo crash/quebra(torcemos que nunca  mais ocorra) ou mesmo a possibilidade de ganho em renda fixa lá, enfraquece a CBOT sensivelmente.

 
Nem mesmo o pensamento a respeito de uma remota possibilidade da China vir a diminuir sua compra de soja que no nosso ponto de vista é um dos maiores motores da economia mundial hoje, desvaloriza tanto CBOT como a possibilidade de subir o juro nos USA.
 
Entendemos que a soja ficará mais cara para ser plantada no Brasil já na próxima safra, porém continuaremos a ter boas safras tanto no Brasil como nos USA e América Latina, uma vez que até o fenômeno El Niño que ocorre neste ano, tem perspectivas de ser benéfico para certos pontos dos Hemisfério Sul e Norte.
 
Caso nada de excepcional ocorra, podemos prever que a soja manter-se-á nos atuais níveis de preços e sem sermos pessimistas, mas seguindo as linhas de alguns analistas, há a possibilidade dos seus preços caírem ainda mais, mas preferimos não seguir estas linhas, e sim dar aos  leitores  mais informações a respeito de eventual recuperação dos preços.

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