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Ponta Branca do Arroz (Aphelenchoides besseyi Christie, 1942)


Instituto Phytus
A Ponta Branca do arroz é causada pelo fitonematoide Aphelenchoides besseyi, que pode ocasionar perdas consideráveis a essa cultura. Presente praticamente em todos os países, aqui no Brasil foi encontrado em sementes de arroz armazenadas em muitos Estados, ainda que haja relatos de danos e perdas somente no Rio Grande do Sul. Esse nematoide possui a capacidade de alimentar-se de plantas ornamentais, plantas daninhas, gramíneas, hibisco, ciperáceas, dentre outras. Na falta de planta hospedeira, a
A. besseyi tem a habilidade de sobreviver alimentando-se de fungos presentes no solo ou, ainda, utilizar o recurso de anidrobiose: mecanismo que garante sua sobrevivência em sementes por períodos longos, que podem chegar até três anos.    
            Danos: Os sintomas típicos do ataque A. besseyi são: branqueamento com medidas de 3-5 cm no topo das folhas (denominado ponta branca do arroz). Esse respectivo ataque sobre as folhas irá ocasionar diminuição da área fotossintetizante da planta. O nematoide também pode alimentar-se dos órgãos florais e, em muitos casos, estes acabam ficando estéreis, resultando, assim, em panículas menores e mal formadas e, consequentemente, em grãos de menor tamanho e menor peso, reduzindo a produtividade. As perdas são muito variáveis e irão depender de alguns fatores, tais como: a suscetibilidade da cultivar, o manejo de irrigação na área e a densidade populacional elevada do nematoide, que atinge em determinadas situações 10-30% (nas sementes ou no solo).
            Disseminação: Este nematoide tem na semente seu principal veículo de disseminação, o que implica diretamente na introdução do mesmo a áreas isentas. É importante ressaltar que a exportação e importação de material com a presença de A. besseyi é vetada em vários países por ser considerada uma praga quarentenária, dificultando sua comercialização – seja como semente ou ainda como grão. Nesse último, pode também impactar no valor agregado do produto.
            O controle: Baseia-se na utilização de sementes isentas e no uso de cultivares resistentes, evitando-se o plantio de cultivares antigas, pois estas são extremamente suscetíveis. Outra opção seria o controle físico, utilizando água em temperaturas entre 55 e 56° por 10-15 minutos, ou ainda, água fria por 24 horas, seguida de água quente em torno de 51 a 53° por 15 minutos, além do tratamento de sementes com nematicidas. Todas estas práticas citadas possuem como premissa um contexto de manejo integrado.

 
Paulo Sergio dos Santos, mestrando em Tecnologia de Aplicação de Defensivos da UFSM e colaborador do Instituto Phytus.

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