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Nossa Agricultura e Cidades são pouco Sustentáveis


Climaco Cezar de Souza
Resumo de nossa Sustentabilidade Atual
“Para obter maiores produtividades e competir “entre si”, muitos agricultores devastam suas áreas e águas atuais e depois migram para fazer o mesmo nas áreas da nova fronteira agropecuária. Com isto, as erosões e assoreamentos devastam os solos nas origens; as várzeas morrem; as nascentes idem e as chuvas e umidades somem nas terras antigas (estas sempre na dependência de orações e a espera de milagres do “La Nina” ou outros). As produtividades ampliam muito, mas as áreas nem tanto, pois são abandonadas na origem e trocadas para continuar devastando na nova fronteira (“ouro de tolo”). As cidades mais empresas urbanas, agroindústrias e mineradoras e, principalmente, os residentes muito colaboram, também degradando os solos, nascentes e águas até passar sede; também não tratando seus esgotos adequadamente e não destinando o lixo corretamente conforme exigências ainda teóricas. Já quase todo o País finge que não vê, permite, não reage e até aplaude migrações para nova fronteira e os políticos tentam dificultar as eficácias ou mesmo prorrogar a implantação das leis ambientais fundamentais, que eles mesmos criaram/aprovaram nos momentos de pedir votos”.
1)    INTRODUÇÃO - 
Primeiramente, por necessidade, vejamos algumas diferenças fundamentais entre sustentabilidade, renovação e limpeza (energias renováveis e limpas). Também, recomendamos uma boa leitura complementar sobre as chamadas “pegada d‘água”, “pegada do carbono” e “pegada ecológica” pessoal (em especial, os impactos sobre os solos e nas cidades), como recomenda a WWF para o Brasil.
Segundo a PUC-SP: “O Conceito de Sustentabilidade é complexo, pois atende a um conjunto de variáveis interdependentes, mas podemos dizer que deve ter a capacidade de integrar as questões Sociais, Energéticas, Econômicas e Ambientais”.
“Ultimamente, este conceito tornou-se um princípio, segundo o qual o uso dos recursos naturais para a satisfação de necessidades presentes não pode comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras, e que precisou do vínculo da sustentabilidade no longo prazo, um "longo prazo" de termo indefinido, em princípio”
Principais requisitos da Sustentabilidade:
• “Questão Social: Sem considerar a questão social, não há sustentabilidade. Em primeiro lugar é preciso respeitar o ser humano, para que este possa respeitar a natureza. E do ponto de vista do ser humano, ele próprio é a parte mais importante do meio ambiente” (assim, uma energia renovável que provoque em sua produção a degradação de solos produtivos mais de água fundamental aos humanos/animais ou mesmo danos visuais, auditivos ou de possível risco nuclear para o ser humano ou morte de animais AINDA NÃO É SUSTENTÁVEL); 
• “Questão Energética: Sem considerar a questão energética, não há sustentabilidade. Sem energia a economia não se desenvolve. E se a economia não se desenvolve, as condições de vida das populações se deterioram”; 
• “Questão Ambiental: Sem considerar a questão ambiental, não há sustentabilidade. Com o meio ambiente degradado, o ser humano abrevia o seu tempo de vida; a economia não se desenvolve; o futuro fica insustentável” (assim, uma energia renovável que provoque em sua produção a geração não-mitigável de novos detritos contaminantes do ar, solos e das águas e esgotos AINDA NÃO É SUSTENTÁVEL).
Vide:
http://www.pucsp.br/sites/default/files/download/posgraduacao/programas/administracao/bisus/bisus-2s-2103-v1.pdf
Assim, no caso do Brasil, embora muitos – sobretudo do Governo e da Cátedra - digam que estamos em patamar superior, em termos de produção e de usos de energias limpas e sustentáveis no Mundo, esta mesma sustentabilidade corrente das nossas agro-energias pode ser questionada à luz das exigências alimentícias futuras e mesmo energéticas e de não-degradações de solos (desertificação) e de água (correntes, dos lagos e dos aqüíferos). 
Embora sejamos o exemplo mundial de produção, de incentivos e de usos de energias limpas e renováveis (etanol e biodiesel), por trás desta vitrine, ou propaganda parcial ate louvável, das nossas agro-energias ainda está uma agropecuária bastante insustentável em muitos itens e locais, como se verá, adicionada por serias e gravíssimas insustentabilidades socioambientais também nas cidades de todos os portes. 
Infelizmente, não há condições nem podemos “tampar o sol com peneiras”, pois quem pagará o pato dos desequilíbrios agrícolas continuados e até crescentes será, certamente, o povo, aliás, nossos filhos e netos e seus descendentes. 
Para termos um nível de sustentabilidade ambiental e social, real e adequado, no Brasil será preciso obter na agropecuária real os mesmos níveis de sucesso e de exemplo mundial de nossas energias renováveis. Assim, precisamos de renovação e de sustentabilidade reais também de outros segmentos grandes produtores de alimentos, mas, altamente poluidores e já com elevada degradação de terras e águas (inclusive crescentes assoreamentos; idem extinção de nascentes) mais de toda a população com a incorreta destinação da maioria do nosso lixo urbano/periurbano (ainda desobedecendo a Lei de 2010) e o não-tratamento da maior parte dos nossos esgotos urbanos e rurais. 
Como muitas das degradações agrícolas do ar, dos solos, das águas, da fauna, das biotas e até visual e sonora, também se originam ou ampliam ou passam ou se associam nas cidades, vamos tratar o assunto de forma conjunta.
Nesta campanha corrente para eleição de Prefeitos e de Vereadores, com certeza, boa parte dos candidatos ou posam de santinhos ambientais ou prometem o que não conhecem nem terão interesse em cumprir nos próximos 4 anos. Afinal, tratar esgotos e bem destinar o lixo legalmente não dá votos seguros, além do que tentar informar/alertar e mesmo prometer ajudas aos produtores rurais, de qualquer porte, para ações positivas contra os nefastos efeitos futuros da degradação progressiva dos solos, das águas correntes e profundas e das baixadas, certamente, tiram muito mais votos do que angariam, bem ao contrario do que se pretende numa política socioambiental responsável e local. 
É claro que as Prefeituras podem e deveriam ajudar muito socioambientalmente os agricultores, não só sensibilizando e motivando ambientalmente toda a sociedade e os empresários locais, como, por exemplo, produzindo e doando milhões de mudas de viveiros florestais próprios ou mediante doação/incentivos, em parcerias com empresas/cooperativas/instituições, para compras de bolas de arame para implantar as cercas ambientais de qualidade, exigidas pelo novo Código Florestal. 
2) A ÁREA CULTIVADA AMPLIA POUCO, MAS, A BUSCA POR MAIORES PRODUTIVIDADES COM TÉCNICAS POUCO SUSTENTÁVEIS DESTRÓI O PAIS, VIA ABANDONOS E MIGRAÇÕES -  
No caso gravíssimo de degradação incontrolável de terras e de águas muitos aplaudem a ampliação seguida das áreas de plantios e pastagens em direção às novas fronteiras, muito mais baratas, como no recente direcionamento para o chamado MAPITOBA + sul e oeste do PA, mas se esquecem ou escondem a degradação gigante e o abandono que estes mesmos agricultores valentes e desbravadores – ou seus parentes próximos - deixaram em suas origens nas regiões Sul, Sudeste e até Centro-Oeste. 
Afinal, no momento, com a venda de 01 hectare normal naquelas regiões dá para comprar pelo menos uns 15 hectares nas novas regiões, bem mais perto dos novos portos. Por exemplo, com a venda de 01 hectare de terra nobre para cana na região de Ribeirão Preto (SP) por entre R$ 35 mil e R$ 50 mil dá para comprar entre 10 e 20 hectares de terra nova, boa e a abrir também para cana no TO ou de 15 a 25 no MA e PI e em áreas próximas, respectivamente, da nova Ferrovia Norte-Sul e da futura Ferrovia Transnordestina prevista para 2020 (isto é, com futuros preços de venda das mercadorias bem maiores e custos menores). No caso de terras para grãos e/ou pecuária, os possíveis benefícios de compra de terras no MAPITOBA e áreas teoricamente protegidas do PA podem ser de 20 ate 30 vezes maiores do que os das vendas de terras ainda normais no S, SE e CO. Mesmo no caso de vendas de terras já degradadas na origem, com queda de até uns 50% nas relações de trocas acima, ainda pode ser um bom negocio para os que querem e irão continuar devastando na nova fronteira. 
Não há cálculos confiáveis, mas, em sua ânsia de obterem produtividades agrícolas maiores e maiores rendas por hectare - a qualquer custo e do “tipo ouro de tolo” em médio prazo - estima-se que alguns “modernos” agropecuaristas (não todos) já quase destruíram ou abandonaram cerca de 120 milhões de hectares de terras com alta fertilidade inicial nas regiões originais e com bons níveis de chuvas, hoje quase todas abandonadas ou ocupadas por pecuária de baixa renda e também devastadora. Muitos até que pedem ou lutam, nas entrelinhas, para que sejam invadidas pelo MST para venderem para o Governo por bons preços.  
A EMBRAPA estimou em 90 milhões de hectares somente de pastagens já degradadas e isto sem contar a degradação de milhões de hectares de áreas consideradas agrícolas e florestais.
Vide:
http://www.agrosustentavel.com.br/downloads/recuperacao_de_pastagens_degradadas.pdf 
Já outros cálculos recentes apontam que dos 172 milhões de hectares de pastagens no Brasil, mais de 60% (102 milhões de ha) encontram-se em algum estágio de degradação. 
Na região dos cerrados, que produzem cerca de 60% da carne do Brasil, tal degradação agropecuária já chega a 80%. Assim, cerca de 50 milhões de hectares, outrora com pastagens cultivadas, já têm algum grau de degradação (capacidade de suporte inferior a 0,8 U.A. - unidade animal igual a 01 vaca - por hectare/ano).
Agora, analisando em termos de degradação apenas pelas pecuárias (corte e leite), nas áreas da Amazônia legal (teoricamente protegida), que já detêm 40% das pastagens cultivadas e 35% do rebanho bovino atual, estima-se que 30,0 milhões de ha de pastagens já estejam degradados ou em degradação rápida.  Naquela região, o rebanho bovino ampliou 100% apenas entre 1998 e 2010 segundo o IBGE.
http://www.diadecampo.com.br/zpublisher/materias/Materia.asp?id=28010&secao=Artigos%20Especiais 
Regionalmente, ainda em termos de degradação mais pela pecuária, se tomarmos apenas o perímetro imaginário e gigante com predominância da pecuária de corte e de leite, de baixo e médio nível técnico, subindo em linha reta de Linhares (MG) - perto da foz dos rios Doce, São Mateus e Mucuri - até Itapetinga (BA) - perto da foz dos rios Pardo e Jequitinhonha - mais daquela cidade até perto de João Pinheiro (MG) e descendo desta até Caratinga (MG) – perto das nascentes daqueles rios acima em MG -, teremos uma área quase toda pecuarista em torno de 360 mil km2 (01 km2 = 100 hectares), igual ao total aproximado de 36,0 milhões de hectares com topografia bem inclinada ou semi, o que não permite o cultivo intensivo de grãos e de outros agrícolas não perenes nem florestais. 
Deste total de 36,0 milhões de ha, cerca de 60% (ou cerca de 22 milhões de há) já estão degradados em grau médio a elevado no momento (com muita erosão laminar, voçorocas, desproteção arbórea de quase uns 80% dos solos e pastagens, intenso assoreamento dos rios e lagos, drenagem intensa que já atinge uns 80% das baixadas férteis e, pior, já com morte em torno de 70% das principais nascentes.) 
Para piorar, agora vem a SAMARCO e provoca tantos danos ambientais, anunciados, na região, sendo que por trás dela há muitas e muitas outras mineradoras escondidas, de diversos portes, mas degradando até bem mais e a mais tempo do que ela (sem querer defendê-la, até porque merece sérios castigos corretivos). Contudo, infelizmente, o serio problema da elevada e continuada degradação quase que livre - dos solos, das águas, das nascentes e das várzeas - pelos pecuaristas locais antecede bastante a crise da SAMARCO mais de outras mineradoras e mesmo das constantes contaminações químicas e minerais dos rios pelas siderúrgicas e metalúrgicas à montante.
Infelizmente, também é nesta mesma área gigante dos pecuaristas “conservadores“ que se concentram a maior parte das mineradoras destruidoras, de todos os níveis, e que tudo degradam e pouco gera de renda, de empregos e de divisas reais (a maior parte das pedras preciosas, semipreciosas, diamantes, ouro, minério raros etc.., todos muito caros, é explorada ilegalmente e o produto é exportado por contrabando, conhecido e parece que até tolerado pelas autoridades). 
São muitas pedras semipreciosas, preciosas, pedras raras, minério de ferro, diamantes, manganês e ouro e outros que beneficiam, historicamente, alguns, mas deixam para trás milhares de prejuízos socioeconômicos e ambientais para muitos. 
Vide meus artigos completos acerca em: 
Os casos SAMARCO, VALE e o Rio Doce (incluso no artigo)     http://www.agrolink.com.br/colunistas/ColunaDetalhe.aspx?CodColuna=6981
Fraudes crescentes com pedras preciosas e minérios no Brasil (incluso no artigo): http://www.agrolink.com.br/colunistas/ColunaDetalhe.aspx?CodColuna=7154 .
Obviamente, naquele quadrilátero pecuário gigante acima descrito e neste cenário de intensa degradação e sem proteção ambiental das pastagens, das poucas árvores remanescentes, das encostas, das margens dos rios, das nascentes, dos taludes, das várzeas etc., os primeiros que sumiram foram a fauna e mais recentes a flora benéfica e as pastagens, tudo pela quase ausência (não mais redução) das chuvas regulares e da umidade local e que, parece, não voltarão tão cedo, mesmo com muitas e muitas orações, novenas e sacrifícios. Afinal, desde a década de 80, alguns ambientalistas e os órgãos e consultores conscientes vêm avisando a todos, seguidamente, mas, alem de não ouvidos, são espezinhados e ate combatidos.
Assim, como recuperar esta região montanhosa ou semi-montanhosa em médio prazo e mesmo retirando-se de lá - por sucessão, venda ou abandono - todos os “pecuaristas conservadores” mais “mineradores destruidores”, ambos, parece que até com conivências/apoios do Setor publico? 
Pior é que, culturalmente, ninguém admite seus erros (nem os mais jovens) e sempre se culpam os governos, vizinhos, divindades, extraterrestres etc.. 
Ainda pior é que os jovens acreditam, apóiam e até seguem os exemplos de seus pais e olha que naquele perímetro há umas 10 faculdades de agronomia, veterinária, zootecnia, sociologia rural e até engenharia florestal, isto alem de umas 30 escolas agrícolas de segundo grau. 
É obvio que a plena atuação destas instituições é fundamental para bem orientar, motivar e reverter todo o processo destrutivo atual, mas, infelizmente, a maioria está bastante sucateada e com muitos professores bastante desmotivados e mal pagos e, uns poucos, até envolvidos com outros projetos contra as ações ambientais e sociais necessárias. “Dói muito, mas é a verdade ou pode ser”.
Continuando, é bom lembrar que a área agrícola total cultivada no Brasil em 2015 pode ser estimada em 80,0 milhões de hectares (56,0 milhões com grãos +10,0 milhões com toda a cana + 7,0 milhões com toda a floresta cultivada + 2,0 milhões com todo o café + 1,0 milhão com todos hortícolas sejam por sementes ou mudas, exceto citrus + 0,6 milhão com citrus, sobretudo toda a laranja + 3,0 milhões com os demais cultivos).
Assim, a área total degradada no Brasil – isto é, deixada espertamente para traz - com cerca de 120 milhões de hectares já é cerca de 50% maior do que a área total cultivada (80 milhões de hectares). 
Então, não podemos continuar nem permitir que continuem com esta destruição acelerada em que maiores produções ocorrem pela incorporação de novas áreas (com abandono das antigas) mais aumentos de produtividades com técnicas ainda bastante degradantes do solo e da água, inclusive com irrigações totalmente descontroladas. O mais interessante é que a área plantada cresce, estatisticamente, muito pouco, vez que ela, após uso intenso, é degradada, abandonada e acobertada pela substituição por novas áreas, mas em outros locais. 
Assim, a área plantada quase não cresce anualmente, mas a degradação migra, o que dá uma falsa sensação de sustentabilidade e permite um discurso ainda mais falso diante das realidades. 
Estima-se que em 1.500 as florestas cobriam 90% desse território e hoje ocupam apenas 5%.
Por outro lado, em termos de visão futura, dos cerca de 851 milhões de hectares que o Brasil detém, se excluirmos as florestas (sobretudo a Amazônica com cerca de 345 milhões de ha) mais as áreas de preservação, lagos, rios, barragens, pântanos, cidades, estradas, ferrovias, hidrovias e áreas inacessíveis ainda sobram cerca de 510 milhões de hectares utilizáveis futuramente pela agropecuária (e por pelo menos 10 meses/ano, se cuidarmos bem de futuro), sendo 395 milhões aráveis e os demais cerca de 220 milhões são de pastagens cultivadas, nativas e/ou degradadas. 
Em 2060, segundo projeções e se cuidarmos bem doravante, a área potencial agropecuária brasileira pode chegar a 382 milhões de hectares, sendo 102 milhões com pastagens cultivadas e 280 milhões com agricultura permanente ou anual (esta com 250 milhões de ha). 
Se alem disso, todos – em especial a juventude, cátedra, empresários/cooperativas e governos - mudarmos nossos comportamentos e visões errôneas socioambientais atuais e reconvertemos as gigantes áreas já degradadas, a produção potencial e não-degradante somente de grãos totais já foi bem estudada e tem potencial para alcançar 1.100 milhões de t./safra total/ano no Brasil (lembrando que, em 2014, os EUA produziram 523 milhões de t./safra dos principais grãos – arroz, milho, soja e trigo -; a China 504,0 milhões; a Índia 231,0 e o Brasil 180,0 milhões, para uma produção mundial global de 2,48 bilhões de t. daquelas grãos em 2014).
Contudo, infelizmente, os Governos e Prefeitos e até órgãos de apoio/empresas/cooperativas ainda mostram-se bastante inertes e até despreocupados, como a espera de milagres ambientais, de muito mais chuvas corretivas no Nordeste/Sudeste com o retorno já certo do “La Nina”; sempre fingindo muito e parece que até tapeando midiaticamente seu povo (sic) como no recente caso das “mentiras na inflação do feijão (vide meu artigo acerca também aqui no Agrolink)”. “Pode até magoar, mas é preciso muitos, totalmente independentes, terem a coragem de dizer as verdades necessárias”.
Devido à falta quase absoluta de recursos já pela queda continuada da arrecadação, pelo atendimento a LRF, idem quanto ao atendimento das exigibilidades orçamentárias locais (saúde, educação, transporte escolar etc.) – somadas com provável corrupção ou boa vida ou inércia ou despreparo de alguns – tais dirigentes não sabem se deixam seus eleitores morrerem rapidamente pela falta quase que total de assistência à saúde e à segurança ou deixam para matá-los em médio prazo pelas fortes quedas das produções sustentáveis, do emprego e da renda, decorrentes da já elevada degradação dos solos, das águas, das pequenas matas, das várzeas, das nascentes e, pior, em crescimento, e sem grupos organizados que queiram ou, pelo menos, tentem ou lutem, realmente, para deter tudo isto. 
Com isto, boa parte dos municípios brasileiros nas regiões intensamente degradadas/abandonadas já entrou num circulo vicioso, nefasto e perverso contra o povo (de qualquer classe), pois, sem chuvas sem proteção ambiental e sem produções não se geram empregos nem rendas nem impostos nem cuidados com saúde nem com saneamentos nem com seguranças nem com educação ambiental etc..
Nesta campanha corrente para eleição de Prefeitos e de Vereadores, com certeza, boa parte dos candidatos ou posam de santinhos ambientais ou prometem o que não conhecem nem terão interesse em cumprir nos próximos 4 anos. Afinal, tratar esgotos e bem destinar o lixo legalmente não dá votos seguros, além do que tentar informar/alertar e mesmo prometer ajudas aos produtores rurais, de qualquer porte, para ações positivas contra os nefastos efeitos futuros da degradação progressiva dos solos, das águas correntes e profundas e das baixadas, certamente, tiram muito mais votos do que angariam, bem ao contrario do que se pretende numa política socioambiental responsável e local. 
É claro que as Prefeituras podem e deveriam ajudar muito socioambientalmente os agricultores, não só sensibilizando e motivando ambientalmente toda a sociedade e os empresários locais, como, por exemplo, produzindo e doando milhões de mudas de viveiros florestais próprios ou mediante doação/incentivos, em parcerias com empresas/cooperativas/instituições, para compras de bolas de arame para implantar as cercas ambientais de qualidade, exigidas pelo novo Código Florestal.
“Na prática local, sem convencer ou motivar os estudantes, os professores, os empresários locais e os apoiadores etc., isto é, as vitimas, sequer é possível começar e tentar mudar e convencer os verdadeiros responsáveis”.
Uma possível solução seria estimular a implantação do novo Código Florestal de 2012, mas o boicote político já é grande e ninguém dos governos e das empresas sabe apontar para as fontes dos elevados recursos necessários, pelo menos, para iniciar a implantação (sem rendas reais, pelas devastações que eles mesmos provocaram como os agricultores implantarão?). Sequer as populações, as igrejas, a imprensa local, os estudantes, os professores, os clubes de serviços e outros -, que deveriam ter uma elevada preocupação socioambiental – parece que se interessam ou se mobilizam pela implantação fundamental do novo Código Florestal. 
Curiosamente, boa parte dos candidatos, ou seus filhos, é pecuarista ou minerador ou político e que acham que estão corretos e juram que cumprem as leis e as determinações ambientais. Como uma mentira falada ou apoiada por 10 vezes vira uma verdade, será que enganam a si?
Infelizmente, previsto para ter inicio em junho/2016, tal Código Florestal já começa a ser picotado, facilitado e adiado. Por exemplo, a pedido do MAPA, a data de implantação do CAR Cadastro Ambiental Rural - parte inicial e fundamental do Código -, já foi prorrogada para dezembro/2017 (a maioria dos agricultores familiares já preencheu, só não sabem como poderão cumprir as exigências). Também, alguns Estados já querem mudá-lo ao seu prazer e visão, embora juristas citem que tais mudanças são ilegais e até inconstitucionais. 
3) DEGRADAÇÃO INTENSIVA E PROGRESSIVA DOS SOLOS, PROVOCANDO GIGANTES EROSÕES MAIS ASSOREAMENTOS DAS ÁGUAS  E PERDAS FINANCEIRAS ELEVADAS -
Ate 1998, no Mundo, estima-se que cerca de 2,0 bilhões de hectares, o que equivale a aproximadamente 13% da superfície terrestre, já tinham sofrido algum tipo de degradação induzida pelo homem. A erosão já era um dos principais fatores causadores da degradação e da deterioração da qualidade ambiental, esta acelerada pelos usos e manejos inadequados do solo. 
No Brasil, mais de 31 milhões de pessoas vivem em áreas sujeitas à desertificação, que tem início com a destruição das florestas, da caatinga, com maus usos dos recursos hídricos e, principalmente, com a degradação continuada do solo. Estima-se que as perdas chegam a 600 milhões de toneladas de solo agrícola por causa da erosão por ano, causando elevados níveis de assoreamento das encostas vizinhas e dos cursos d’água até alcançarem o oceano. 
“O assoreamento é um fenômeno que pode ocorrer em rios que sofrem processos erosivos. Esse fenômeno acontece quando causas naturais, como a chuva e os ventos fortes, ou ações físicas, químicas e do homem sobre a natureza move solos, rochas ou grandes quantidades de lixo, entulhos ou outros sedimentos e detritos para o fundo dos rios, onde interferem na topografia de seus leitos impedindo-os de portar todo o seu volume hídrico normal, provocando transbordamento em épocas de grande quantidade de chuvas ou ventos”.
Em 2003, estimou-se que o Brasil tinha prejuízos de US$ 2,9 bilhões/ano, devido à erosão intensiva dos solos, inclusive pelas reduções das produtividades mais ampliações dos custos. Já os custos decorrentes da erosão e gerados fora da propriedade foram estimados em US$ 1,3 bilhão/ano, totalizando prejuízos anuais de US$ 4,2 bilhões. 
Em 1993, em São Paulo, estimavam-se perdas de 193 milhões de t. de terras férteis erodidas por ano, das quais 25% (cerca de 49,5 milhões de t.) iam rapidamente assorear os rios e cursos de água até a foz no oceano, ficando os demais nas encostas.
“Já na Região Metropolitana de São Paulo, a perda média de solos por erosão foi estimada em torno de 15 t./hectare/ano, o que implica na produção anual de algo em torno de 3,57 milhões de metros cúbicos de sedimentos silto-arenosos e sua decorrente liberação para o assoreamento da rede de drenagem. O rio Tietê chega a ter sua vazão comprometida em 50% em muitos momentos, devido ao assoreamento. Com isto, quando vem as fortes chuvas não há como não se ter enchentes e inundações, o que se complica pela deposição continuada de muito lixo, esgotos contaminados e bocas de lobo entupidas por ambos e mais pelas terras locais.”
Em 1994, no Paraná, as perdas de solo em áreas intensivamente mecanizadas foram estimadas entre 15 e 20 t./hectare/ano. Estes valores representavam a perda de 10 kg de solo para cada 01 kg de soja produzido ou 12 kg para cada 01 kg de algodão.
No Rio Grande do Sul, as perdas de solo chegavam a 40 t./hectare/ano em 1989.
Somente de Minas Gerais, o rio São Francisco recebe 1,0 milhão de metros cúbicos de areia por ano. Em toda MG, antigamente, contava-se com 730 rios e córregos importantes, mas cerca de 70% já secaram ou reduziram sua vazão ao mínimo. 
Como vimos, muitas atitudes errôneas e continuadas do homem podem causar a erosão do solo, como a agricultura e a mineração realizadas de forma incorreta e em áreas proibidas. A urbanização, que muitas vezes também acontece em áreas impróprias, colabora negativamente para esse processo.
Em 2015, no caso da ruptura e derramamento das barragens da mineradora SAMARCO perto de Mariana (MG), a avalanche de lama rompeu e despejou cerca de 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos. A lama deteriorou todos os rios vizinhos, principalmente o rio Piracicaba e o rio Doce, mais a agropecuária, flora, biota e fauna - aquáticas e terrestres -, vizinhas até a foz do rio Doce a mais de 500 km no ES. Uma mesma onda de detritos produziu três efeitos. Ela devastou, já que arrebentou tudo que viu pela frente; ela impactou porque se consolidou e não foi passageira, e ela se espalhou ao longo de todo esse trajeto. 
Voltando ao tema, adicionalmente aos sumiços intensos, continuados e em expansão de solo e de água também se perdem muitos nutrientes, material orgânico e muitos agroquímicos. 
Em 2000 e 2002, também devido à erosão intensa mais a lixiviação e assoreamentos, estimaram-se perdas médias de 26,0 milhões de t. de matéria orgânica/ano no Pais mais 2,5 milhões de t. de cálcio/ano mais 1,45 milhão de t. de potássio mais 186 mil t./ano de magnésio mais 142 mil t./ano de fósforo. 
Vide estudo completo sobre perdas de solo, de nutrientes e de água no diagnostico da EMBRAPA Campina Grande (PB) em 2012: “Práticas de Conservação de Solo e Água” - 
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/928493/1/CIRTEC133tamanhografica2.pdf 
4) DEGRADAÇÃO INTENSIVA E PROGRESSIVA DAS ÁGUAS PELOS ASSOREAMENTOS, LIXOS, ESGOTOS, AGROQUÍMICOS MAL UTILIZADOS, RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS E DEJETOS ANIMAIS  (vide mais dados e propostas de soluções a seguir) -
O setor agrícola é o maior consumidor mundial de água. A agricultura consome cerca de 70% de toda a água derivada das fontes (rios, lagos, aqüíferos subterrâneos e geleiras). Os outros 30% são consumidos pelas indústrias e por usos domésticos. 
Para a FAO, se a população mundial aumentar 65% até 2050, o que é praticamente certo, estima-se que até 70% dos habitantes do planeta possam enfrentar deficiências no abastecimento de água, e que 16% deles não terão água suficiente sequer para produzir os alimentos básicos. 
A situação pode se antecipar e ser ainda mais alarmante, pois, em mais 15 anos, até 60% da população da Terra poderá enfrentar a escassez hídrica. Seria uma catástrofe humanitária e econômica, pois, significaria que 1,8 bilhão de pessoas estariam vivendo em países ou regiões com absoluta falta de água, e dois terços da população mundial teriam pela frente uma série crise relacionada à escassez do líquido.
“Também, as conseqüências da baixa qualidade dos recursos hídricos remetem à humanidade perdas irreparáveis de vidas e também grandes prejuízos financeiros. No mundo 10 milhões de pessoas morrem anualmente de doenças transmitidas por meio de águas poluídas: tifo, malária, cólera, infecções diarréicas e esquistossomose. Com o aumento de 50% ao acesso à água limpa e potável nos países em desenvolvimento, faria com que aproximadamente 2 milhões de crianças deixassem de morrer anualmente por causa de diarréia.”
“No Brasil, segundo a ONU, a cada 25 minutos morre uma criança vítima de diarréia, doença proveniente do consumo de água de baixa qualidade.” 
“Também, sendo a água o elemento essencial ao desenvolvimento agrícola, sem o controle e a administração adequados e confiáveis não será possível uma agricultura sustentável.”
A situação de oferta total no Brasil ainda é considerada uma das melhores do Mundo, embora a água e, sobretudo, as nascentes e as várzeas úmidas (baixadas) estejam em franco e visível desaparecimento ou redução.
O Brasil tem a maior rede hidrográfica e possui a maior reserva de água doce do planeta. É muita água e que tem um papel de grande importância na vida das pessoas e nas ofertas de alimentos para consumo local, vendas e até exportações para um mundo faminto e sedento.
Na verdade, em mais 30 anos, nossas reservas totais de água doce podem valer muito mais do que todas nossas reservas de petróleo (vide meu artigo recente acerca neste mesmo Agrolink). 
Também, é bom lembrar que importar grãos, café, açúcar - em especial etanol, biodiesel, madeira serrada, muitas carnes e até lácteos - do Brasil também é uma forma mundial de importar água barata e mesmo de economizá-la em seus países, lembrando que a crise por água de qualidade na China é severa. 
No Brasil, 70% da água consumida ocorrem pela agricultura; 20% é utilizada para uso doméstico e 10% pelo setor industrial.
“Sobre o tema de desabastecimento de águas municipais, segundo a Agência Nacional de Águas, 25% dos municípios brasileiros já sofrem com racionamento de água e mais de 50% dos atuais sistemas de abastecimento público não terão como atender a demanda em 2025. Apesar de o País ter enormes reservatórios de água, grandes regiões do Brasil não têm acesso à água de qualidade para consumo e produção”. 
“De acordo com a agência reguladora, as áreas mais afetadas estão no litoral do País, sendo que 74% desses municípios estão no Nordeste. Incrivelmente, a situação é pior na área rural”.
Vide noticia na imprensa recente sobre os casos graves de desabastecimento em curso no leste da Bahia (região de Itabuna), exatamente pelas elevadas degradações ocorridas na região de Itapetinga/Itororó/Itabuna (BA), especificamente nos topos dos morros e nos vales das centenas de córregos regionais mais dos rios Pardo e Jequitinhonha/MG – vide acima acerca do perímetro perverso da pecuária conservadora/descendentes de portugueses). 
Segundo a Agência Nacional de Águas, a irrigação na agricultura é responsável por 45% da água consumida. 
“Em quantidade consumida, predomina a região hidrográfica do Paraná que se destaca em todos os usos, com exceção da irrigação, na qual aparece em 3º lugar. A região do Atlântico Sudeste apresenta usos relevantes no abastecimento urbano e industrial devido a suas grandes metrópoles. Já nas regiões do Atlântico Nordeste Oriental, do Atlântico Leste e do São Francisco, onde a migração urbana foi menos intensa, a predominância é do uso da água é no meio rural.”
Em 2002, contudo, estimaram-se perdas totais de 171 bilhões de metros cúbicos/ano com explorações agropecuárias mal conduzidas ou não punidas. As perdas com cultivos agrícolas ficavam em torno de 2.519 m3 por hectare/ano (um volume elevado). Já no caso das áreas sob pastagens estimaram-se perdas equivalentes a 251 m3/hectare/ano. 
Embora não sendo o foco deste artigo, também vejamos um pouco sobre o elevado consumo de água dos sistemas de irrigação por pivôs e por inundações.
Obviamente, o consumo de água pelo sistema de pivôs é elevadíssimo no Brasil e as perdas e desperdícios também são gigantes.
Em 2013, segundo excelente diagnostico de campo da EMBRAPA, já havia quase 18 mil pivôs para irrigação em todo o País e com área média de 50 hectares. Entre os principais Estados, MG tinha 5.573; SP com 3.528; GO com 2.872; BA com 2.792 pivôs e RS com 1.111 pivôs. 
Somente na macrorregião do entorno ou perto do DF (parte de MG, GO, DF e BA) havia, ate 2014, pelo menos 4.000 pivôs e funcionando, embora apenas 3.333 sendo comprovados pelo Censo Agropecuários de 2006 em todo o País. Na mesma região havia cerca de 8 grandes empresas (a maioria multi) incentivando e financiando o fomento das irrigações e comprando toda a sua produção para industrialização. Além delas, tínhamos umas 100 empresas produzindo sementes de soja, milho, algodão, feijão, hortícolas e outros, tudo via irrigação por pivôs.
Vide: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/1008950/1/bol106.pdf .
O pior de tudo é que a região acima no entorno do DF (parte de MG, GO, DF e BA) é considerada como o teto dos grandes rios brasileiros (e também de boa parte da umidade, exceto da Amazônia) e que de lá se deslocam para três diferentes destinos no oceano atlântico, beneficiando e abastecendo centenas de fazendas, vilas e cidades nos trajetos. No parque de “Águas Emendadas”, perto de Formosa (GO) e de Brasília (DF), em menos de 3 km quadrados é possível ver nascentes que se dirigem ao norte para o Rio Tocantins; à leste para o Rio São Francisco e à oeste para os rios Paranaíba e depois Paraná.
Nos casos de irrigações por pivôs, a maior parte das elevadas perdas da preciosa água - segundo diversos analistas e críticos contra os pivôs - decorrem de erros, más gestões ou tentativas de economias pessoais, por exemplo: 1) Solos mal preparados fisicamente; 2) Solos com más aplicações ou economias de calagens ou de fertilizantes, inclusive com sua lixiviação e aplicações nos dias e momentos errados (preguiças não fiscalizadas/repetitivas/não-punidas); 3) Não usos ou preguiças de compras/usos/regulagens dos sensores de umidade; 4) Vazamentos continuados e em altos volumes e sem nenhuma fiscalização/solução/multas; 5) Entupimentos – idem; 6) Não-manutenções e inadequações das tubulações; 7) Desalinhamentos; 8) Liberações excessivas/desnecessárias (nada controladas ou não obedecendo as indicações dos sensores nem os horários mais baratos da energia comprada); 9) Evaporação elevada em alguns horários até por não-absorções em solos mal preparados ou compactados; 10) Não-reciclagens de águas descartadas; 11) Não-recolhimentos e até não estocagens completas de águas de chuvas, mesmo que abundantes e de forma fácil e barata como se faz nos telhados canalizados das casas humildes do semi-árido (a maior parte só espera pelas chuvas em cima e a montante das barragens e açudes).
Obviamente, bem ao contrario, há baixos consumos de água e bem maiores eficiências por área dos sistemas de gotejamento, fertirrigação, hidroponia, plasticultura e estufas. O grande diferencial é que estes sistemas são implantados e geridos, localmente, pelos próprios agricultores familiares que moram nos locais e sabem os reais custos e dificuldades com água. 
Vide publicação desta semana: 
“Produtores fazem revezamento na irrigação por causa da seca no DF” - Área irrigada por 250 pivôs em 100 propriedades caiu para 13.600 há, com recuo real de 30% ante mesmo período do ano passado por absoluta falta de água”.
http://www.canalrural.com.br/noticias/rural-noticias/produtores-fazem-revezamento-irrigacao-por-causa-seca-63761 .
“Agricultores do Oeste da Bahia reduzem mais da metade da área irrigada (em 2016), devido à escassez hídrica”. 
http://aiba.org.br/noticias/agricultores-do-oeste-da-bahia-reduzem-mais-da-metade-da-area-irrigada-devido-escassez-hidrica/#.V9Ab7lQrLIU .
Vide também: Tecnologia é aliada contra desperdício de água na agricultura.
https://www.agsolve.com.br/noticias/tecnologia-e-aliada-contra-desperdicio-de-agua-na-agricultura 
Novo sistema (sensores) pode diminuir em até 30% o uso de água na agricultura.
http://www.suinoculturaindustrial.com.br/imprensa/sistema-pode-diminuir-ate-30-o-uso-de-agua-na-agricultura/20150619-093952-l553
Entretanto, muito pior do que perdas d’água são as freqüentes liberações de contaminantes para as águas a jusante.
Até 2000, a produção de álcool de cana-de-açúcar gerava 14 litros de vinhoto por litro de etanol. Grande parte desse volume hoje é reciclado, mas no passado causou graves desastres nos rios. 
Além disso, perde-se em todos os cultivos irrigados cerca de 50% dos insumos modernos, em especial caríssimos fertilizantes e agroquímicos, para os lençóis freáticos (onde boa parte das cidades já se abastece, exatamente pela absoluta falta de água nas superfícies). 
Adicionalmente, o uso de agroquímicos no Brasil entre 1964 e 1997 aumentou 276,0% frente ao crescimento de 76,0% da área plantada. A venda de agroquímicos em 1990 foi de US$ 1,0 bilhão, mas, em 1997, já ampliara para US$ 2,2 bilhões. O consumo destes produtos está em escalada exponencial e há grandes interesses em jogo. 
5) REDUÇÕES DAS ÁGUAS DISPONÍVEIS E DA UMIDADE LOCAL, NECESSÁRIAS PARA A PERMANÊNCIA E DESENVOLVIMENTO DA FLORA, FAUNA E BIOTAS, TAMBÉM PELAS MORTES PROGRESSIVAS DAS NASCENTES URBANAS E RURAIS - 
Segundo o diagnostico fundamental “Nascentes do Brasil” publicado pela WWF Brasil em 2007, da água que cai sobre terra firme, calcula-se que a maior parte (60% a 70%) infiltra-se, dependendo do tipo de solo. A parcela que escoa diretamente para os riachos e rios é menor (30% a 40%). 
“A água que se infiltra é muito importante para as nascentes e fontes d’água e tem papel crucial na manutenção dos fluxos dos rios o ano todo, mesmo em longas estiagens.” 
“Assim as águas doces e as salgadas estão em constantes permutas “entre si” por meio de evaporação, precipitação (chuva, neve, geleiras, granizo, orvalho etc.) e transporte de água por rios e correntes subterrâneas e marítimas. Em números, a cada ano os continentes recebem cerca de 40 mil quilômetros cúbicos de água a mais do que os oceanos, o que equivale mais ou menos ao conteúdo de 40 trilhões de caixas d’água pequenas. Depois, por escoamentos pelos leitos de rios, por fluxos subterrâneos e por chuvas, toda a água que sai dos oceanos é devolvida, e a quantidade total de água na Terra permanece constante”. 
Assim, ao contrário do que muitas propagandas desinformadas e não cientificas erroneamente afirmam regularmente apenas para impressionar, que a “água é finita” (tudo contrário dos princípios de Lavoisier ainda no 2º grau), “a água é comprovadamente infinita” (assim como solos, ar etc.), mas o homem pode atrapalhar e prejudicar muito suas funções, cursos, usos e qualidades, tudo apenas à titulo de ganância apenas pessoal e contra sua própria família e seu grupo em médio prazo.
“As nascentes que trazem esta água até nós, ficam em encostas ou depressões do terreno que fazem com que esse lençol freático ou aqüífero encontre ou aflore à superfície. Numa primeira classificação das nascentes, elas podem ser divididas em perenes (de fluxo contínuo), temporárias (só existem durante a estação chuvosa) ou efêmeras (surgem nas chuvas e duram poucos dias ou horas)”. “As nascentes também são chamadas de olhos d’água, mina d’água, fio d’água, cabeceiras e fontes”. “Elas são o inicio dos ribeirões, córregos e rios, seja grandes ou pequenos”. 
“Mas, apesar de sua evidente importância na ciclagem e no fornecimento de água para a sustentação da vida, as nascentes, os olhos d’água, as veredas e os mananciais não têm recebido a atenção e os cuidados sociais que merecem”.
“As matas ciliares que protegem as nascentes e os rios brasileiros, assim como as várzeas, desaparecem em ritmo acelerado. Nas áreas urbanas é comum a eliminação de várzeas para abrir avenidas, o que impermeabiliza o solo e altera todo o ciclo hidrológico, além de facilitar enchentes (é comprovado que a ocupação inadequada dos terrenos ribeirinhos é a maior causadora de enchentes).” 
“Em muitas cidades, as águas já afloram poluídas e, mesmo quando nascem puras, logo são contaminadas pelo esgoto doméstico. Nas áreas rurais, matas ciliares são removidas e várzeas alteradas para a agropecuária. Nos dois casos, o tratamento dos efluentes industriais, domésticos e agrícolas é pouco e precário. Assim os veios d’água são poluídos e o abastecimento e o tratamento da água tornam-se cada vez mais caros.”
VIDE: http://www.5elementos.org.br/5elementos/files/pdf/downloads/nascentes_do_brasil.pdf 
Estima-se que somente nos cerrados ainda haja 20 mil nascentes ativas. 
“Em 2011, conforme reportagem do jornal Correio Brasiliense, o cerrado ainda irrigava 6 das 12 regiões hidrográficas brasileiras e tinham papel decisivo no abastecimento do Pantanal, situado na Bacia do Paraguai, e da Amazônia, na Bacia Amazônica. O bioma funciona como uma caixa d’água para 1,5 mil cidades de 11 estados do Paraná ao Piauí, incluindo o Distrito Federal. Mas a fonte seca de forma dramática. Havia provas suficientes de muitas mortes (de nascentes) no berço das águas”.
As principais causas da degradação e mortes das nascentes e que vêm ocorrendo nas bacias das cabeceiras dos córregos, lagos e rios são as seguintes:
a)    Corte intensivos das florestas nativas e protetoras, inclusive de arvores jovens e não maturas/prontas (todos desobedecendo às regras claras do MFS – Manejo Florestal Sustentado);
b)    Queimadas, mesmo que mínimas;
c)    Pastoreio intensivo, sobretudo se nas encostas já com erosão ou desprotegidas;
d)    Mau planejamento na construção de estradas;
e)    Loteamentos em locais impróprios;
f)    Reflorestamentos muito adensados e sem proteções das nascentes. 
6) DEGRADAÇÃO E ABANDONOS DAS VÁRZEAS, COMPROVADAMENTE RETENTORAS DA UMIDADE E FORMADORAS DE MICRO-CLIMAS BENÉFICOS (sem contar as degradações dos taludes e as decorrentes de minerações) -  
Segundo estudos da UFG, a área de várzeas úmidas do Pais atingia 44,7 milhões de hectares em 2002, equivalentes a 5,0% do território nacional. Cerca de 40% da superfície nacional tinha propensão alta ou muito alta à erosão hídrica.
Já segundo estudos antigos do famigerado PROVARZEAS (criado em 1978 e talvez um dos maiores crimes ambientais já ocorridos e incentivados no Brasil, com recursos alemães e em parceria com a EMBRAPA), o Brasil tinha 30,0 milhões de hectares de várzeas subutilizadas em 1980, sendo 70% no sul do Pais. 
As maiores implantações rápidas dos projetos de drenagem do PROVARZEAS (de forma correta ou errada), contudo, ocorreram exatamente em MG, priorizando exatamente aquelas regiões hoje quase que destruídas - ambientalmente e sem chuvas ou umidades - do perímetro pecuarista montanhoso antes descrito (vales dos rios Piracicaba menor, Doce, São Mateus, Mucuri, e Jequitinhonha). Queriam obrigar os agricultores mineiros a ficarem entre os lideres nas produções de arroz irrigado e de leite do País, apenas com base em cultivos de cana e de capim de corte “cameroun” e outros em baixadas férteis para consumos diretos ou para silagens para os animais (nada de grãos ou de rações).
Na verdade, o grande incremento na produção brasileira de grãos e alimentos de 1978 (inicio do PROVARZEAS) até o momento ocorreu não nas baixadas ditas irrigáveis de MG (sobretudo para arroz e pecuária de leite), mas nas áreas elevadas e de sequeiro dos cerrados do planalto Central brasileiro mais nas áreas mais altas do sul e do sudeste do Pais. 
Hoje, com a morte de tantas várzeas no País, não aparece um culpado sequer nem na área técnica ou de extensão nem Governamental pelos seguidos erros cometidos (PROVARZEAS, Gorutuba, Jaiba e outros). Pior é que o mau exemplo desordenado continua avançando e sendo incentivado em áreas centrais e estratégicas do TO e da BA, oeste do MA e milhões de hectares em várzeas do AM, AP e PA, muito diferente da irrigação controlada e por gotejamento de frutas e de outros cultivos por micro-gotejamento e outras técnicas.
Com base nos diversos dados apresentados pode-se estimar – conforme o local, o declive e o volume de água - que entre 60% e 80% das várzeas nacionais atuais já não tenham a mesma umidade nem formam ou contribuem para o bom micro-clima benéfico de 1978 (ano de inicio do PROVARZEAS).
Vide apresentação completa sobre os avanços das desertificações; das degradações dos solos e dos cursos de água e das várzeas mais das salinizações das águas em todo o Pais em: 
http://www.labogef.iesa.ufg.br/labogef/arquivos/downloads/Apresentacao_Impactos_III_(desertificacao)_60114.pdf 
7) NÃO TRATAMENTOS DE ESGOTOS URBANOS E RURAIS OU USOS DE TECNOLOGIAS CARAS E INEFICIENTES SÓCIOAMBIENTALMENTE PARA TANTO -
As conseqüências da baixa qualidade dos recursos hídricos remetem à humanidade perdas irreparáveis de vidas e também grandes prejuízos financeiros. 
No ranking 2002 de qualidade da saúde hídrica da UNESCO (soma de 5 requisitos), liderado pela Finlândia e Canadá, o Brasil ocupava a 50ª posição.
No Brasil, a qualidade da água pode ser alterada com medidas básicas de educação e a implementação de uma legislação adequada. O saneamento básico é de fundamental importância para a preservação dos recursos hídricos, pois cada 1 litro de esgoto inutiliza 10 litros de água limpa. Essas medidas, além de salvar vidas humanas, ainda iriam proporcionar economia dos recursos públicos, pois a cada R$ 1,00 investido em saneamento básico estima-se uma economia de R$ 10,00 em saúde.
No Brasil, a situação do abastecimento de água tratada mais do correto destino do lixo mais do correto tratamento dos esgotos produzidos é muito grave e tende a piorar, pois, devido à falsa atratividade das grandes cidades e às elevadas e continuadas migrações do campo 
No Brasil, cerca de 75% das pessoas já moram a até 300 km da beira mar e apenas cerca de 16% do povo ainda mora no interior. Na Índia 70% moram no interior; na China, 50% e nos EUA, 26%.
“No Brasil o despejo sistemático de esgotos domésticos, lançados, direta ou indiretamente nas margens dos rios mais os filtrados dos aterros sanitários (que dificilmente são a solução real para o lixo urbano) são causas comprovadas da morte da vida marinha nos rios e lagos e que não devem ser confundido com processos de assoreamentos”.
É verdade que a situação do saneamento básico, inicial, melhorou um pouco no País, pois, em 2004, 38,4% das casas possuíam esgoto em casa, mas ampliou para 49,8% em 2014.
Vide:
http://www.tratabrasil.org.br/saneamento-no-brasil 
Contudo, em termos de tratamento e de destinação final dos esgotos (obras menos visíveis politicamente falando) pouco melhorou nos últimos anos.
Em 2006, o país ainda lançava sem nenhum tratamento aos rios e lagoas cerca de 85% dos esgotos que produzia, segundo o IBGE. 
Em 2014, apenas cerca de 39,0% dos esgotos do país eram tratados e cerca de 60,0% dos esgotos dos municípios, sobretudo os mais pobres e de regiões pouco desenvolvidas, ainda eram descartados nos córregos e rios vizinhos.
Em termos de tratamento e de destinação dos esgotos rurais e agroindustriais, infelizmente, boa parte ainda vai para os solos, lençóis freáticos (fossas) ou cursos d’água. 
Apenas para cumprir as legislações, muitas fazendas e agroindústrias rurais processadoras, em especial de suínos, de bovinos, de aves e de lácteos, destinam seus dejeto e detritos – com até 70% a 90% de umidade - para compostagens ou para lagoas de decantação, ambos de baixa eficácia ambiental, ou para biodigestores rasos e a lona para produção de biogás para geração de energia elétrica própria ou para vender. 
Vide: Unidades EMBRAPA de compostagem para tratamento de dejetos suínos. 
http://www.cnpsa.embrapa.br/down.php?tipo=publicacoes&cod_publicacao=918
Obviamente, a água final dos processos, em geral, vai diretamente para os esgotos locais, mesmo da parte a ser, pretensamente, reciclada para lavagens de veículos, pisos de fabricas e outros com lixos/detritos, jardins etc.. Contudo, embora baratos, tais biodigestores são muito lentos (percurso da massa entre 18 dias, se com enzimas, e 40 dias), sendo pouco eficazes em geração de E. E. e, pior, sujeitos a perfurações e muitos e constantes acidentes ambientais, inclusive derramamentos para os solos, cursos de água e até para lençóis freáticos.
Adicionalmente, enquanto o biogás de aterros peri-urbanos e de biodigestores rurais tem 40% a 75% de metano e resquícios de hidrogênio, 3% a 5% (ou seja, sua queima ainda é ambientalmente incorreta pelo elevado teor de metano), o Syngas de lixo, de detritos agroindustriais e de biomassas tem cerca de 45% de hidrogênio mais 8% de metano (ou seja, altamente inflamável e com queima ambientalmente correta, inclusive para produção de calor ou de vapor industrial). Vide mais comparativos sobre rendimentos e eficácias ao final.
Vide:
http://www.agrolink.com.br/colunistas/ambientalmente--o-syngas-de-lixo-residuos-e-p---_6961.html
No caso dos lançamentos dos dejetos animais e resíduos agroindustriais para os esgotos e sub-solos como já descrito, em Santa Catarina, somente a suinocultura do oeste do Estado (com 6 milhões de suínos) estima-se que ainda despeja diariamente 8,8 milhões de metros cúbicos de esterco líquido nos córregos e rios da região. Imagine se adicionarmos os dejetos liberados pelas muitas explorações de leite com vacas confinadas e semi-confinadas, também comuns na mesma região.
O mais interessante é que estes mesmos elevados volumes de dejetos de suínos, de aves, mais de vacas leiteiras mais dos resíduos dos seus processamentos do oeste de SC, e de outros Estados (inclusive de madeiras), poderiam ser perfeitamente recolhidos e transformados plenamente e de forma barata, com tecnologias que a nossa AGROVISION já dispõe ou representa, em Syngas para produção de vapor/calor industrial limpos e sustentáveis. Alternativamente, poderiam servir para gerar muita energia elétrica para usos próprios.
Assim, já temos no Brasil (AGROVISION e seus parceiros) soluções exclusivas e inéditas em nível mundial, viáveis, rápidas (total 60 minutos se com 70% a 90% umidade e 15 minutos se secos) e baratas para gerar muita energia com lixo urbano, lixo hospitalar, biomassas, lodo de esgoto urbano e resíduos rurais – inclusive de fezes animais para syngas - e detritos agroindustriais (inclusive de piso de fábricas, lodos de esgoto, detritos de borracha, idem de couros, idem de sobras de serrarias e até de capins rápidos e de florestas energéticas cultivadas para tanto em áreas totalmente degradadas acima descritas). 
No momento, a AGROVISION e seus parceiros de Pesquisa & Desenvolvimento, só dependem de uma metalúrgica ou investidores ou parceiros que queiram fabricar tais sistemas sob licenças para fabricação e vendas apenas no Brasil (mediante pagamento de pré-patentes para patentes futuras, e em parcerias) para “geração de eletricidade com Syngas de resíduos agroindustriais e dejetos animais” (apenas para este programa e formato). 
Cada novo sistema envolve processos, formas, custos e pré-patentes diferentes, exclusivas do comprador, fabricante, investidor ou parceiro. Cada 1,2 ton./hora de resíduos ou dejetos já secos podem gerar 1,0 Mwh de eletricidade, para uso ou entrega local, e com um valor total a investir em torno de US$ 800 mil por Mwh gerado (cerca de 1/2 dos custos totais, inclusive de transmissão, com geração eólica e idem de ¼ dos possíveis projetos solares). 
Para reduzir a umidade até obter a massa quase seca (10% de umidade) são usados homogeneizadores e prensas hidráulicas de rosca. Toda a água pode ser re-utilizada ou mesmo tratada e consumida. Quanto mais gorduras animais e resíduos estomacais/intestinais etc., melhor o PCI Poder Calorífico Inferior da massa) e maior a produção de Syngas. O meio ambiente e o setor energético e social do local e do País muito agradeceriam.
O PCI do biogás de resíduos animais com 40% de metano tem apenas de 2.333 kcal/kg, conforme tabela 32 do trabalho da Unioeste do link abaixo (o biogás puro tem 5.000 kcal/kg, ante 28.000 kcal/kg do gás butano). É muito importante lembrar que a queima do metano não tem sustentabilidade ambiental por não ser considerada energia limpa (aliás, é considerado como segundo gás que mais destrói a camada de ozônio, só perdendo para os CFCs Clorofuorcarbonos, antigamente usados em geladeiras, ar condicionados, desodorantes, aerossóis e inaladores para combate de asmas).
Já o PCI do syngas de lixo ou de resíduos animais ou biomassas, com alto teor de hidrogênio combustível e baixo de metano, pode ser considerado com 3.500 a 5.000 kcal/kg. Se adicionarmos os bons volumes de óleo vegetal coletados na gaseificação do mesmo lixo, o PCI acima pode ampliar 20% a 30%, ampliando o rendimento energético. O poder calorífico do hidrogênio puro, quase uma bomba, fica em torno de 28.650 kcal/kg, ante 9.300 kcal/kg da gasolina por exemplo. Assim, o uso do hidrogênio puro, sobretudo em veículos como já se faz nos EUA, Alemanha e Japão (nesta ordem em termos de usos atuais), é muito arriscado, sendo melhor e mais seguro usar-se o Syngas de lixo, biomassas, resíduos rurais e agroindustriais com até 48% de H2. 
http://www4.unioeste.br/portalpos/media/File/energia_agricultura/pdf/Dissertacao_Dangela_M_Fernandes.pdf
Também, vide no link abaixo meu artigo recente: “Energia do lixo e biomassas: temos a melhor tecnologia do mundo”. 
http://www.agrolink.com.br/colunistas/ColunaDetalhe.aspx?CodColuna=7191 
8) LIXO URBANO COM DESTINO FINAL AINDA INCORRETO, MUITO CARO OU INEFICAZ SOCIOAMBIENTALMENTE - 
Ultimamente, a ONU propõe diversas ações de Governos para reverter a degeneração acelerada do meio ambiente, provocada pela má destinação do lixo urbano.
https://nacoesunidas.org/acoes-de-governos-podem-reverter-a-degeneracao-acelerada-do-meio-ambiente-diz-onu/ 
No Brasil, o volume de lixo urbano produzido ampliou 29,0% entre 2003 e 2014, 5 vezes mais do que o incremento ocorrido na população no período (+6,0%). Em 2013, a população produzia 273 mil toneladas de lixo/dia e isto apenas na área urbana. 
Em 2015, a coleta do lixo já chegava a 89,6% das residências brasileiras e a produção média foi cerca de 390 kg/habitante, igual a média de 1.068 gramas por habitante/dia (em cidades mais desenvolvidas já chega a 1.400 gr./dia). 
Quanto maior o desenvolvimento do município e a renda local das famílias, mais também é a produção de lixo urbano total e idem de esgotos a tratar ou a jogar nos córregos e rios, ambos um gigante crime ambiental e social. 
Uma nova Lei rigorosa de 2010 (PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos) proíbe que o lixo urbano seja incinerado, queimado ou enterrado sob diversas formas ou mesmo depositado em lixões não-cobertos (infelizmente, tal Lei erroneamente ainda permitiu o uso de aterros sanitários, a maioria hoje inadequados/mal construídos – vide a seguir). Contudo, a maioria dos municípios ainda não cumpre tal Lei e a realidade socioambiental brasileira nas pequenas e médias cidades ainda é tenebrosa. Pessoas muito pobres e sem apoio ainda disputam, vergonhosamente, sobras de alimentos e resíduos recicláveis com aves de rapina nos lixões e até aterros já vazando.
Infelizmente, contudo, tal PNRS já começa a ser picotada, facilitada e até poderá ser adiada, estranhamente. 
Pior é que 50% dos municípios que já dizem ter resolvido o grave problema da correta destinação, na verdade, apenas os enviam para aterros sanitários (caríssimos, suspeitos, com muitos problemas de vazamentos e de contaminações para o ar, solo, água superficial e aqüíferos e que não resolvem os problemas, mas apenas os mascaram para a mídia e os eleitores). Na verdade, alguns são simples, grandes e irresponsáveis “piscinões de lixo enterrado”. 
Os Tribunais de Contas e os diversos órgãos ambientalistas e a população prejudicada já rejeitam boa parte destas aplicações e alguns Estados já proíbem, ou planejam proibir, a instalação de tais aterros em seus territórios. 
Em agosto/2016, a própria Câmara dos Deputados alertou que a Política de Resíduos Sólidos ainda não atingiu seus objetivos e, pior, o prazo de obrigatoriedade de implantação de medidas pelos 5.570 municípios do País, isoladamente ou em conjunto, já poderá ser adiado de 2014 para 2021 (como quer a CNM - Confederação Nacional de Municípios, com certeza sem ouvir o povo).
Vide: 
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/MEIO-AMBIENTE/513266-ESPECIALISTAS-ALERTAM-QUE-POLITICA-DE-RESIDUOS-SOLIDOS-AINDA-NAO-ATINGIU-OBJETIVO.html  
Como já descrito acima, o mais interessante é que esses mesmos elevados volumes de lixos urbanos e rurais poderiam ser perfeitamente recolhidos e transformados plenamente e de forma barata, com tecnologias que a nossa AGROVISION já dispõe ou representa, em Syngas para produção de vapor/calor industrial limpos e sustentáveis. Alternativamente, poderiam servir para gerar muita energia elétrica para usos próprios.
A AGROVISION, mais seus parceiros de Pesquisa & Desenvolvimento e de fabricação, já têm tecnologias avançadas e comprovadas, 100% nacionais, para solucionar rapidamente, e de forma bem mais barata, tais problemas e desafios da destinação adequada e legal do lixo urbano mais dejetos, detritos agroindustriais e diversas biomassas e isto sem gerar nenhum novo poluente para qualquer destino.
As unidades abaixo podem gerar de 200 Kwh a 10 Mwh para uso próprio ou entrega local, mas as unidades menores (200 kwh a 4 Mwh) podem ser conteinerizadas para estacionar em sub-solos ou áreas vizinhas de grandes prédios como shoppings, aeroportos, prisões, centros administrativos, grande edifícios, condomínios verticais ou horizontais etc.. Nestes casos, todo o lixo produzido -, sobretudo papel, embalagens e plásticos - mais as sobras de alimentos pessoais ou das praças de alimentação mais esgotos etc.. serão canalizados para gerar energia elétrica local própria ou a vender. Se os volumes descartados e a gaseificar não forem suficientes para atender a toda demanda elétrica, podem-se instalar células solares de nova geração nos tetos e algumas paredes para gerar energia adicional por até 8 horas/dia (o dia fotovoltaico completo considerado pela ANEEL varia de 10 a 13 horas/dia conforme o local, mas, economicamente, cai para 6 a 8 horas/dia).
No Brasil, para gerar 01 Mwh apenas com 1,2 ton./hora de lixo urbano com até 50% de umidade para Syngas, tais plantas exigem investimentos totais de apenas US$ 700 mil por 01 Mwh gerado para uso próprio ou entrega local (1/2 do valor de planta para energia eólica completa mais transmissão e 1/4 dos possíveis projetos para e energia solar incluindo transmissão). Por outro lado, para bem destinar detritos de pneus e couros a demanda pode reduzir para 1,0 ton/01 mwh). Se for para produzir apenas calor ou vapor industrial, com resíduos próprios ou de terceiros ou lixos de cidades vizinhas, o custos acima podem reduzir uns 30%. 
Tais eficácias em Mwh/ton. RSU por hora também podem ser comprovadas em outros diagnósticos no Brasil, como no link a seguir referente ao bacharelado em Engenharia Ambiental na UCB Brasília (item 1.8.9 da página 20): “Considerando-se o (PCI) médio contido no RSU sem os inertes e a umidade primária e com 10% de umidade remanescente (3.330 Kcal/Kg), obtemos energia elétrica de 0,9 a 1,6 Mwh para cada tonelada.” 
http://repositorio.ucb.br/jspui/bitstream/10869/4933/1/Luciana%20Ribeiro%20Amaro.pdf
Adicional e também comprobatoriamente, a AGROVISION também já foi procurada por empresas do ramo de geração de eletricidade/calor/ vapor industrial com Syngas de lixo e biomassas da Índia, da Suíça e da Alemanha, que leram nossos artigos ambientais em inglês aqui no Agrolink e se interessaram. Elas já conseguem obter os mesmos rendimentos de eletricidade/RSU de nossos parceiros de P&D no Brasil, só que com umidade máxima de 20% e com custos, em US$, entre 3 e 5 vezes maiores por Mwh efetivamente gerado do que no Brasil.
Uma ótima noticia final é que, em mais 60 dias (novembro/2016), os parceiros da AGROVISION em P&D mais um fabricante já licenciado, possivelmente, estarão testando e inaugurando a primeira unidade mundial de baixo custo, visitável, para gerar 8 mwh a partir de 10 ton./hora de lixo de uma cidade do interior de SP. Só falta obter a licença ambiental final necessária. 
 
 

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