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MEDICINA PREVENTIVA X GESTÃO PREVENTIVA


Rogério de Melo Bastos

MEDICINA PREVENTIVA X GESTÃO PREVENTIVA
Os médicos e as autoridades em saúde pregam para que todos nós tenhamos saúde e qualidade de vida é imprescindível que adotemos as práticas da medicina preventiva, tais como exames regulares, os chamados “check-up”, e ainda tenhamos práticas de vida saudáveis, como exercícios físicos regulares, alimentação equilibrada com frutas, legumes e verduras, carnes, lácteos, grãos, cereais e muita água. Logo, com equilíbrio, podemos comer e beber de tudo.  Quando as pessoas não praticam a medicina preventiva, não tomam o devido cuidado com a saúde, os sintomas começam aparecer, e s as pessoas continuam com o desregramento na alimentação, mantém o sedentarismo, ss sintomas vão ficando cada vez mais evidentes, daí começa a “automedicação” tão combatida (e com razão) pelas autoridades sanitárias até que seja necessária a busca do médico para auxiliar a amenizar ou talvez eliminar os sintomas.  Aí, o tratamento é muitas vezes demorado, caro, dolorido e em alguns casos sendo necessárias intervenções cirúrgicas, e até mesmo para salvar vidas, algumas amputações são necessárias.  E, os que sobrevivem, seguem com limitações importantes mas seguem a vida.
Uma analogia com a medicina preventiva  faz-se necessário com a Gestão das propriedades rurais (meu público alvo).  Como proceder para fazer uma gestão preventiva a fim de garantir vida saudável às empresas e propriedades rurais? 

  • Mantenha seu fluxo de caixa equilibrado, ou seja, receitas e despesas compatíveis, controle das contas à pagar e receber;
    Saiba o seu custo para produzir e não fique apenas com a informação de custo fornecido pelas entidades vinculadas; Você é mais ou menos competitivo?
    Identifique os demais custos indiretos da estrutura da propriedade.
    Mantenha o ambiente e a equipe de trabalho sempre à ordem.
    Faça periodicamente os chamados exames de “check-up”, identificando alguns indicadores importantes  através de um balanço financeiro , identificando o grau de liquidez, nível de endividamento, demonstrativo de resultados.

Com estes indicadores é possível medir a saúde financeira da empresa rural e diagnosticar os eventuais  problemas para tomar as decisões .  Desta forma é possível estabelecer vida saudável e longeva às empresas e propriedades rurais.
Mantendo a analogia, quando não são tomados tais cuidados, com o fluxo de caixa, desequilíbrio entre receitas e despesas, sem informações dos custos variáveis (insumos) custos fixos (estrutura da empresa), amortização dos empréstimos de custeios e investimentos, então surgem os sintomas graves de falta de liquidez, atraso nos pagamentos, compras de insumos à custos muito altos em função de prazos mal estabelecidos.  A empresa fica muito doente (financeiramente).  Então o tratamento pode ser longo, dolorido, penoso e até mesmo algumas intervenções “cirúrgicas” são necessárias como “amputações” que seriam algumas desimobilizações de ativos, para tornar o negócio menor, mas mais saudável e até mesmo voltar a investir e crescer.
Em 2002, fui demandado por um produtor rural, hoje um grande empresário rural, que teve como atitude empresarial implantar um sistema de gestão para a sua propriedade.  Sua empresa , na época, ainda não estava em condições críticas, mas não tinha informações do cotidiano tais como, controle do fluxo de caixa, custos de produção, mas seus compromissos com financiamentos e fornecedores, absolutamente regulares.  O empresário, à tempo percebeu que não podia mais continuar daquela forma, sem gestão profissionalizada.  Foi quando implantamos um sistema de gestão da qualidade, melhorando o ambiente de trabalho através das ferramentas do programa “5S”, envolvendo todos os seus colaboradores e familiares, gerenciamento e controle dos processos produtivos, dos processos financeiros (fluxo de caixa, gestão de custos) custos de produção de cada atividade produzida na propriedade.  Hoje, 15 anos após o início da implantação do projeto de gestão da qualidade, a empresa é uma referência na sua região de atuação, verticalizando os negócios,  beneficiando e agregando valores aos produtos. Quadriplicou o faturamento, investe com segurança e mantém liquidez invejável nas finanças do negócio.
Outro produtor e empresário rural, da nossa carteira de clientes, na mesma época demandou uma consultoria, neste caso, para saneamento das finanças, cujo diagnóstico era de falta de liquidez, custos altos, e nenhum sistema de controle.  A saúde financeira da empresa estava gravemente afetada.  Além dos sistemas de controles gerenciais essenciais para manter “o paciente respirando” foram sugeridas intervenções “cirúrgicas” na estrutura da empresa para estancar a “sangria” financeira provocada pelo alto endividamento sem o devido planejamento.  Desimobilizações, sem comprometer substancialmente a capacidade de produção, foram feitas (vendas de ativos).  Hoje, a empresa encontra-se numa situação saudável, crescendo e reinvestindo.
Para ambos os casos, vale ressaltar a disciplina e confiança dos empresários nas sugestões e recomendações para cada caso.  Para finalizar a analogia, os médicos diriam: “Os pacientes que ajudam na sua própria recuperação, se curam mais rápido.”

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