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Importância da Patologia de sementes na tomada de decisão no tratamento fitossanitário


Instituto Phytus
No atual cenário de controle de doenças nas principais culturas agrícolas, o tratamento de sementes tornou-se fator fundamental para o sucesso da lavoura. Sabe-se que as sementes são o meio mais eficiente de dispersão de doenças a longas distâncias e, assim sendo, torna-se primordial o conhecimento e a quantificação de quais patógenos estão presentes no lote.
Têm-se hoje uma ampla gama de ingredientes ativos e misturas disponíveis para tratamento de sementes, entretanto, os produtos possuem registros para determinados grupos de patógenos e, apesar de existirem produtos com amplo espectro de ação sobre diferentes patógenos, os fungicidas tendem a serem específicos. Nesse sentido, o primeiro passo para o sucesso do tratamento de sementes é a realização de um teste de sanidade. Nota-se a cada nova safra que o agricultor vem adquirindo consciência da importância desta ação para a tomada de decisão no tratamento a ser aplicado à lavoura.
Além de identificar e quantificar os patógenos, o teste de sanidade também é útil na determinação da magnitude da fonte de inóculo, quantificação de quais patógenos possuem potencial de transmissividade, como é o caso dos fungos de gêneros Colletorichum spp., Septoria spp., Fusarium spp. Cercospora spp., dentre outros. Existem diversos métodos para realização do teste de sanidade disponíveis, desde os mais simples, como o rolo de papel e o blotter test, bem como os mais sofisticados, que envolvem técnicas moleculares. Entretanto, é necessário ter conhecimento prévio sobre a especificidade e sensibilidade de cada método, assim como os custos e o tempo disponível para realização destes.
De maneira geral, para identificar os principais gêneros de fungos que podem causar problemas na lavoura, o método mais utilizado acaba sendo o blotter test, que leva cerca de sete dias para obtenção de resultados, tem baixo custo, porém, requer experiência por parte do avaliador. No caso de Sclerotinia sclerotiorum, patógeno que ataca diversas culturas e é transmitido via sementes, a maneira mais eficiente de detecção é a utilização do meio de Neon. A identificação do patógeno se dá pela mudança de coloração do meio que ocorre em função do ácido oxálico liberado pela S. sclerotiorum.
Enfim, é indiscutível a importância dos testes de sanidade para o correto posicionamento do tratamento de sementes, devendo-se ter em mente que alguns fatores como grau de contaminação da semente, parte da semente que está infectada e condições de armazenamento das sementes terão grande influência no sucesso do tratamento. 
Caroline Gulart, engenheira agrônoma, com Mestrado em Agronomia e Doutorado em Engenharia Agrícola pela UFSM, atua como pesquisadora e Coordenadora de Proteção de Sementes do Instituto Phytus e possui experiência em Agronomia com ênfase em fitopatologia, nematologia e tratamento de sementes, atuando principalmente com avaliação de sensibilidade in vitro de fungos a fungicidas, manejo e identificação de nematoides em soja, milho e algodoeiro.
Contato: [email protected]             

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