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Economia mundial: as incertezas continuam (I)


Argemiro Luís Brum
Há um mês, mais precisamente no dia 4 de outubro passado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou o seu tradicional relatório anual sobre a saúde e tendências da economia mundial. O mesmo está longe de tranquilizar! Pelo contrário, tal relatório, chamado de “Perspectivas Econômicas Mundiais”, traz um diagnóstico pessimista para o futuro próximo da economia internacional. Segundo ele, após um crescimento medíocre de apenas 3,1% em 2016, a economia mundial deverá crescer 3,4% em 2017. Porém, fatos novos podem impedir que mesmo esse modesto crescimento venha a acontecer no próximo ano. Isso porque os riscos de degradação econômica continuam superando as chances de melhoria. Pelo menos 15 pontos ou incertezas estariam rondando a economia mundial, com forte potencial de mantê-la no atual marasmo, iniciado quando da eclosão da crise econômico-financeira de 2007/08. Ponto 1: temos as consequências da saída do Reino Unido da União Europeia, as quais ninguém conseguiu mensurar até o momento e que não deverão ser poucas. Ponto 2: os receios quanto aos efeitos da globalização em uma economia fragilizada aumentam. Os mesmos levam os países a adotarem políticas protecionistas. Ora, reduzir o comércio mundial agrava e prolonga o marasmo atual da economia mundial. Ponto 3: a China se tornou uma interrogação. O país está buscando uma reequilibragem econômica visando reduzir sua dependência para com os investimentos e as exportações, em favor do consumo interno e dos serviços. Todavia, para obter sucesso nesse movimento a China depende de muito crédito, dependência esta que aumenta perigosamente, alimentando o espectro de uma crise financeira. Ponto 4: há clara ameaça de um novo recuo no preço das matérias-primas, além da multiplicação dos atos terroristas, das guerras civis no Oriente ou na África, e mais as crises na saúde pública com a propagação do vírus da Zika e outras ameaças. Uma série de eventos que minam a confiança dos mercados, a demanda e a atividade econômica. Ponto 5: a economia dos EUA perdeu seu ímpeto. Diante da fraqueza nos investimentos e a alta do dólar, seus prognósticos de crescimento se desenham em drástica redução sobre o previsto anteriormente (PIB de 1,6% em 2016; e 2,2% em 2017). Ponto 6: por sua vez, a Zona Euro também recua em relação às projeções anteriores (após 2% em 2015, tem-se 1,7% em 2016 e 1,5% para 2017). Ponto 7: na Zona Euro tem-se ainda a demanda interna e o investimento que continuam insuficientes, além do envelhecimento demográfico e o enfraquecimento do crescimento da produtividade. (segue)

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