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Economia Comportamental


Vinícius André de Oliveira
Uma das coisas mais interessantes de se observar é o comportamento humano. Acho fascinante tentar entender como as relações entre as pessoas e suas diversas atividades podem determinar o sucesso ou fracasso, seja na vida profissional, nos negócios ou simplesmente no seu exercício generalista de integrante de uma sociedade dinâmica.
Mas o que define o comportamento humano? Basicamente, suas emoções sentidas de maneira consciente ou até mesmo através do subconsciente. David Brooks, colunista do “The New York Times” e autor do livro “O Animal Social” diz que as partes inconscientes da mente não são vestígios primitivos que precisam ser conquistados para realizar decisões sábias e sim onde a maioria das decisões dos atos mais impressionantes do pensamento acontecem. Entretanto, segundo Brooks, é preciso educar as emoções com laços afetivos consistentes desde muito cedo, o que vai embasar uma existência rica em conquistas. Ele cita a Teoria do Apego para ilustrar esse fato. O relacionamento afetivo intenso com seus pais, até mesmo no primeiro ano de idade, determinará como uma criança se sairá na escola, como irá avançar na vida e como irá desenvolver relacionamentos. Assim como Daniel Goleman nos mostrou em “Inteligência Emocional” que nossa capacidade intelectual não se exprime somente através de fórmulas matemáticas - e até mesmo antes dele, economistas como Hayek, Adam Smith e Schumpeter – David Brooks vai além e nos indica que grande parte das decisões mais importantes são tomadas à luz do inconsciente.
No mundo das finanças o movimento parece ser contrário. Cada vez menos os investidores pretendem estar sujeitos às emoções. Existem gestores de investimento que utilizam apenas máquinas para suas operações, inclusive no Brasil. O americano Jim Simons é um dos pioneiros desse estilo e formou ao longo de vinte anos mais de US$ 15 bilhões. O objetivo é realmente fugir das armadilhas emocionais como o efeito manada, que gera a necessidade de agir conforme os demais. Outro fato emocional seria a persistência, por orgulho, em permanecer por longo tempo em um ativo que apresenta queda. 
Talvez no mercado financeiro o uso de máquinas para a tomada de decisão faça sentido, pois, segundo Daniel Kahneman e Amos Tverski, ganhadores do Prêmio Nobel de Economia em 2002 e grandes pesquisadores das finanças comportamentais, nossas emoções podem nos levar a erros sistemáticos – o que eles chamam de vieses cognitivos. Ademais, concluíram também que tendemos a sobrevalorizar eventos certos a eventos altamente prováveis o que significa menor apetite de risco e, portanto menor possibilidade de ganhos no mundo financeiro.
Enfim, como a maioria das pessoas não vive exclusivamente para o dinheiro – acredito eu – e como não podemos ser totalmente racionais em todas as decisões, resta-nos educar bem nossas emoções para que nosso inconsciente nos leve para relações saudáveis e negócios inteligentes.   

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