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Hipóteses para ocorrer ou não a sucessão familiar no agronegócio


Gabriel Colle

Hipótese 1: O cenário atual aponta para o decréscimo da intenção da sucessão.

A organização das famílias tem se modificado ao longo do tempo, sendo de interesse para este estudo a redução no número de filhos (IBGE, 2006), que contribui para a diminuição das chances de sucessão. A par desse cenário, muitos proprietários não acreditam ser o meio rural um bom local para o futuro de seus filhos (GASSON, 1973) e os sucessores, por sua vez, seguem conselhos dos pais e vão em busca de outras oportunidades, longe de suas empresas. Em muitos casos, os pais passaram por dificuldades para construir o patrimônio, e não tiveram acesso ao estudo, então, agora, almejam que seus filhos busquem conhecimento; porém, não se dão conta de que com isso estão afastando os potenciais sucessores da empresa (ZAGO, 2013).

 

Hipótese 2: A sucessão não é planejada.

Via de regra, o planejamento da sucessão não faz parte da rotina do proprietário, muito menos dos potenciais sucessores (MACKIE, 2012). Raramente os empresários conseguem instituir a prática do planejamento como uma rotina dentro de suas empresas, o que seria de grande valia no processo sucessório. Quando se analisa especificamente a tradição de planejamento dentro de empresas familiares rurais, os indicadores de falta de planejamento são alarmantes, contribuindo para o insucesso ao realizar a sucessão (PALACIOS; MARTINEZ; JIMENEZ, 2013). Planejar a sucessão é fator condicionante para que a empresa não passe por turbulências no futuro, mantendo a gestão e, principalmente, a própria empresa sob o comando de membros da família. 

 

Hipótese 3: Os jovens preferem a comodidade de viver em um centro urbano ao invés de morar no meio rural.

O conceito desconforto encontra-se muito presente no cotidiano dos jovens, levando-os a abrir mão, em alguns casos, de uma renda maior que poderiam ter no meio rural, em favor de mais conforto no meio urbano (FOSKEY, 2005).      

 

Hipótese 4: O filho deseja dar continuidade à empresa familiar, porém os pais não acreditam que esta seja uma boa escolha.

São muitas as situações em que pelo menos um dos filhos pretende permanecer na empresa familiar rural, para que seja possível dar continuidade às atividades iniciadas por seus pais ou até mesmo por seus avós (HARRIS; MISHRA; WILLIAMS, 2012). Porém, os próprios filhos acabam encontrando resistência dos pais, que acreditam não ser esta a melhor alternativa para o futuro de seus filhos, sendo desestimulados a permanecer na empresa da família

 

Hipótese 5: Existe sucessor disposto a dar continuidade à empresa familiar rural.

O potencial sucessor tem disposição para continuar com as atividades da empresa da família, aumentando a perspectiva de manutenção da empresa familiar. Na maioria dos casos, isso corre quando o ambiente é favorável para a inovação e ocorre o envolvimento dos filhos nas decisões da empresa, o que os motiva a assumirem a gestão da mesma (BRUMER; SPAVENELLO, 2008).

 

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