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Cinema, Internet das Coisas e Agricultura


Instituto Phytus
          Há algum tempo nos acostumamos a assistir cenas de filmes de ficção científica onde máquinas possuem inteligência própria ou os personagens interagem com elas por meio de fala, de gestos ou até mesmo de pensamentos. Muitas dessas possibilidades pareciam ser somente fantasias mas, na verdade correspondiam a teorias ou experimentos científicos nas quais se basearam os diretores de Hollywood. Prova disso é que os tablets imaginados na década de 60 pela série Jornada nas Estrelas, o reconhecimento de íris mostrado em Blade Runner (1982) e em Minority Report (2002) e o reconhecimento facial de 007 - O Amanhã nunca morre (1997) hoje são realidades. 
           Boa parte das tecnologias que vimos pela primeira vez no cinema tem dois aspectos em comum: elas possuem capacidade de percepção e apoiam a tomada de decisões. Essas mesmas características, ao lado da conectividade, compõem a base da Internet das Coisas (Internet of Things - IoT), um conceito que pressupõe uma rede entre objetos físicos conectados via internet, objetos esses que percebem o mundo ao seu redor por meio de sensores e se comunicam entre si para automatizar e otimizar processos em diversas áreas da atuação humana. 
            Os primeiros dispositivos conectados à Internet das Coisas são aqueles voltados para telecomunicações, como computadores e smartphones, mas outros - originalmente eletrônicos ou não - vão se tornando "smarts" e se integrando à rede, como óculos, relógios, carros e casas. Aos poucos também vão surgindo serviços que os conectam, como o IFTTT (www.ifttt.com). 
            O “If this then that” (se isso, então aquilo - em tradução livre) tem como princípio conectar diversos serviços disponíveis na Internet como e-mail, redes sociais, blogs, armazenamento em nuvem, etc. Sob o slogan “Put the internet to work for you” (Faça a Internet trabalhar por você, novamente em tradução livre), o IFTTT basicamente consiste em monitorar situações definidas pelo usuário e executar ações como consequência. Por exemplo, é possível criar uma receita (como o próprio serviço chama) que, toda vez em que você é marcado em uma foto de um amigo no Facebook, o IFTTT salve-a em seu Dropbox. De forma simples, o serviço segue os mesmos princípios da IoT: monitoramento, conectividade e ação. E para tornar a vida mais parecida com o cinema, dentre os 129 serviços disponíveis para conexão, estão alguns relacionados a dispositivos smart - muitos ainda não disponíveis no Brasil. Com o IFTTT, por exemplo, é possível monitorar a temperatura na sua cidade e, se estiver muito quente, acionar o ar condicionado (smart) de casa um pouco antes de você chegar do trabalho. Também é possível agendar um lembrete para marcar o mecânico se o seu carro (inteligente) acender a luz do motor. Tudo depende da criatividade, mas também é possível gerar receitas meio sem sentido, como mandar acender a luz da sala quando você for citado no Twitter (?!). 
            A Internet das Coisas também já chegou na Agricultura. Dispositivos que analisam grandes áreas agrícolas, solos, superfícies de partes das plantas e até mesmo DNA para aplicação de fertilizantes e defensivos agrícolas, por exemplo, começam a se tornar comuns. Os resultados da Agricultura de Precisão - forma mais conhecida da IoT no meio - mostram que a tendência é de incorporação permanente dessas tecnologias. Só como exemplo, segunda a OnFarm, empresa americana que desenvolve ferramentas inteligentes para o campo, teremos cerca de 600 milhões de sensores em áreas agrícolas no ano de 2020, número esse que chegará a 2 bilhões em 2035. Toda essa estrutura gerará uma grande massa de dados e nós, com ajuda de serviços como o IFTTT, poderemos tomar as mais diversas decisões, muitas delas com antecipação. É bastante provável que no futuro possamos "configurar" a colheita para quando a cultura atingir um determinado estágio ou efetuar automaticamente uma venda e acionar a entrega somente após a cotação de uma commoditie atingir o valor desejado. Tudo isso dependerá das ideias que tivermos e das possibilidades que vislumbrarmos, mas já dá para ver que, aos poucos, a produção agrícola também se tornará smart. 
Guilherme Pereira de Freitas - Gerente de Comunicação do Instituto Phytus
Bacharel em Comunicação Social - Habilitações Relações Públicas e Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Técnico em Processamento de Dados pela Universidade da Região da Campanha (URCAMP). 
Fontes: 
10 invenções que a ficção científica inventou - Revista Super Interessante -http://super.abril.com.br/tecnologia/10-invencoes-ficcao-cientifica-inventou-552515.shtml. 
Confira os 50 filmes que usaram cenas com biometria -
Folha de São Paulo - http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u21492.shtml
Internet of Things (Cisco) - http://www.cisco.com/web/solutions/trends/iot/overview.html.
IFTTT - http://www.ifttt.com
Recipes for the Internet of Things - https://ifttt.com/recipes/collections/32-recipes-for-the-internet-of-things
Agricultura de Precisão (Eng. Agrº, Dr. em Fitotecnica
José Luis da Silva Nunes) - http://www.agrolink.com.br/georreferenciamento/AgriculturaPrecisao.aspx 
Agricultura de Precisão no Brasil: Avanços, Dificuldades e Impactos no Manejo e Conservação do Solo, Segurança Alientar e Sustentabilidade (Álvaro V. Resende
et al) - http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/29842/1/Agricultura-precisao.pdf 
Smart Agriculture and the Internet of Things - Transforming Global Food Production 
(Lance Donny, OnFarm)
 - http://liveworx.thingworx.com/Portals/0/2014%20Presentations/
OnFarm_Smart%20Agriculture%20and%20the%20Internet%20of%20Things.pdf.

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