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A corrupção e a desigualdade social



Vinícius André de Oliveira
Diversos estudos já foram publicados sobre a desigualdade social na tentativa de descobrir suas principais causas e à partir disso atenuar seus efeitos na sociedade sobretudo àqueles localizados na base da pirâmide social.
O último estudo com alcance mundial foi o livro de Tomas Piketty intitulado de “O Capital no Século XXI”. Cheio de informações históricas e dados estatísticos de diversos países – embora tais dados tenham sido muito questionados pelos críticos e analistas – o livro cumpre o que propõe, que é trazer para o campo econômico mais atenção à pesquisa histórica e deixar de lado inspirações matemáticas e especulações teóricas.
Em resumo o livro traz como principal causador da desigualdade social a relação desproporcional entre a remuneração das rendas do capital comparativamente com as rendas oriundas do trabalho. Segundo Piketty, as maiores rendas – 10% - resultantes do trabalho representam em média 25 a 30% do total considerado. Já os 10% que detém mais patrimônio e possuem renda com origem no capital, representam em média 50% do bolo total chegando, em alguns casos, a 90%. Desta forma, a desigualdade seria sempre crescente e a distribuição de renda sempre desproporcional. A imagem a seguir ilustra a situação mais recente:
E a corrupção? É um problema que contribui para a desigualdade nas sociedades? Recentemente a BBC News afirmou que sim, a corrupção reforça a desigualdade e citou o Brasil, que ocupa a 79ª posição no ranking da percepção da corrupção entre o 176 avaliados. Segundo a revista, a desigualdade se reflete em vários aspectos: na baixa qualidade dos serviços públicos devido aos desvios de recursos, a distribuição de contratos em licitações privilegiando alguns concorrentes, a infraestrutura precária fruto de ambientes controlados por cartéis prejudicando o desenvolvimento econômico e a distribuição de riquezas.
Casos de sonegação fiscal, como o que deflagrou a Operação Zelotes montada pela Polícia Federal no Brasil, que retiram bilhões de arrecadação que poderiam ser revertidos em serviços públicos atendendo as demandas da população.
Portanto, a desigualdade social, não só no Brasil mas no mundo, é um problema crônico e com causas diversas e complexas. Depende de mudanças que envolvem toda a sociedade no aspecto cultural e na forma de remuneração e distribuição dos fatores econômicos. Resta a cada um a sua parte pensando no bem coletivo.

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