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11 de agosto: dia do estudante


Edivan Júnior Pommerening
Na contramão da importância do objeto comemorativo, o dia do estudante vem recebendo cada vez menos destaque. No ambiente acadêmico é até lembrado, mas certamente não com a intensidade que merece. Segunda-feira, 11 de agosto, a data se repetirá mais uma vez, mas como ela surgiu? O que há para ser comemorado? Quais são os desafios enfrentados pelos estudantes?
A data foi criada em 1827, em homenagem a fundação dos dois primeiros cursos de ciências jurídicas e sociais do Brasil, em 11 de agosto de 1827, por D. Pedro I. A pedagoga Jussara Barros, da Equipe Brasil Escola, destaca que em razão dessa marcante decisão, Celso Gand Ley, cem anos após a criação desses cursos, em 1927, indicou a data para se tornar o dia do estudante, que foi aprovada.[
A ferrugem da infraestrutura educacional brasileira e a subvalorização dos professores “salta aos olhos” da população, mas será que o êxito do processo “ensino-aprendizagem” é capaz de sustentar-se somente sobre um prédio novo e equipado e um bom corpo docente? Evidente que não. Os estudantes são os protagonistas desta peça teatral baseada em fatos reais. Um professor, quando muito, pode mostrar a água aos seus alunos, mas nem de longe pode obrigá-los a beber.
Como professor universitário, felicito-me com a bravura de alguns acadêmicos que enfrentam chuva, frio e poeira para vir à aula de moto todas as noites. Não menos esforços medem aqueles que vão à universidade de ônibus, para outros municípios, chegando em casa depois da meia-noite, dormindo pouco e pegando no batente logo ao amanhecer, seja no interior ou na cidade.
Do mesmo modo é preciso enaltecer aqueles que com muito sacrifício custeiam a mensalidade de uma universidade particular e, com o perdão do trocadilho, “trabalham de dia para estudar à noite”. Esses estudantes sabem que um curso presencial de Ciências Contábeis, por exemplo, numa universidade particular aqui da região oeste catarinense, custa algo entorno de R$ 0,25 por minuto, quando somados gastos diretos e indiretos.
Estudar requer dedicação, disciplina, organização, abdicação, entre outros requisitos. Não raro o universitário tem de declinar a algumas baladas para mergulhar nos livros, mas é um processo normal de escolhas, e cada escolha implica em pelo menos uma renúncia. Não é necessário chegar ao extremo de privar-se das baladas, por mais que assim alguns optem. Com um pouquinho de disciplina e organização é possível estudar e se divertir simultaneamente, salvo o fato de que estudar também pode ser uma fonte de lazer.
Quem estuda, seja por intermédio de uma instituição de ensino ou do autodidatismo, amplia horizontes, enxerga as coisas de um jeito diferente. A instrução torna as pessoas mais críticas e menos passíveis à retórica demagoga de políticos mal intencionados, que não investem o suficiente em educação também pelo temor que sentem de enfrentar um povo instruído. Estudar não é nem de longe um luxo, pelo contrário, deveria ser item de cesta básica.
Para frente sempre, estimados estudantes! Vocês estão no caminho certo, não desistam! Todo valor investido e tempo disponibilizado aos estudos retornará incalculavelmente. Façam a diferença! Aproveitem o solo fértil do período acadêmico. Leiam, participem de projetos de pesquisa, suguem seus professores. As instituições de ensino, os professores, a sociedade, suas famílias, acreditam e apostam em vocês no papel de catapultas de um Brasil melhor.
Parabéns a todos os estudantes!
 

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