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Medidas de controle de Plantas Invasoras

Flor roxa (Echium plantagineum)

 

Os principais métodos de controle de plantas invasoras são:

 

Controle Preventivo

O controle preventivo tem como objetivo evitar a introdução ou disseminação de plantas invasoras nas áreas de produção. A introdução de novas espécies geralmente ocorre por meio de lotes contaminados de sementes, máquinas agrícolas e animais. A utilização de sementes de boa procedência, livres de sementes de invasoras e a limpeza de máquinas e implementos em locais adequados, são medidas importantes para evitar a disseminação de sementes e de outras estruturas de reprodução das plantas invasoras.

 

Controle Cultural

As técnicas empregadas pelos produtores são, normalmente, para aumentar a capacidade competitiva da cultura em relação às plantas invasoras. Menor espaçamento entre linhas, maior densidade de plantio, época adequada de plantio, uso de variedades adaptadas as regiões, uso de cobertura morta, adubações adequadas, irrigação bem manejada, rotação de culturas, são técnicas que permitem a cultura tornar-se mais competitivas do que as plantas invasoras.

A principal técnica de auxílio no controle de plantas invasoras é o uso do plantio direto. Nesse sistema, sem revolvimento do solo, o banco de sementes na parte superficial do solo tende a reduzir, em função da diminuição da germinação dos propágulos.

 

Capina Manual 

Esse método é amplamente utilizado em pequenas propriedades. Normalmente de duas a três capinas com enxada são realizadas durante os primeiros 40 a 50 dias após a semeadura, pois a partir daí o crescimento da cultura contribuirá para a redução das condições favoráveis para a germinação e desenvolvimento das plantas invasoras. A capina manual deve ser realizada preferencialmente em dias quentes e secos e com o solo com pouca umidade. Cuidados devem ser tomados para evitar danos às plantas, principalmente às raízes.

 

Capina Mecânica

O sistema de capina mecânica é o mais usada no Brasil é o praticado através da utilização de cultivadores tracionados por animais ou por tratores. As maiores necessidades da cultura estão centradas nos 40 a 50 dias após a semeadura, já que neste período os danos possíveis provocados pela capina a cultura são mínimos. De forma semelhante a capina manual, o capina mecânica deve ser realizado superficialmente em dias quentes e secos, quando o solo apresentar baixa umidade, aprofundando-se as enxadas o suficiente para o arranquio ou corte das plantas invasoras.

 

Controle Químico

O controle químico consiste na utilização de produtos herbicidas para o controle das plantas invasoras, sendo recomendado o uso de produtos registrados para as culturas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Ao se pensar em controle químico, algumas considerações devem ser feitas:

a) a seletividade do herbicida para a cultura;

b) a eficiência no controle das principais espécies na área cultivada;

c) o efeito residual dos herbicidas para as culturas que serão implantadas em sucessão.

 

1. Métodos de Aplicação de Herbicidas

A aplicação dos herbicidas deve ser feita de forma uniforme e utilizando equipamentos adequados para cada situação, pois o maior percentual de problemas relacionados com ineficiência no controle das plantas invasoras estão relacionados a problemas de aplicação. A aplicação de herbicidas pode ser realizada via:

Terrestre - A calibragem do sistema de aplicação terrestre deve ser realizada preferencialmente no local da aplicação observando-se os fatores que interferem na eficiência dos herbicidas. Os equipamentos tratorizados apresentam quatro componentes básicos: tanque, regulador de pressão, bomba e bicos de aplicação, que devem ser sempre verificados, evitando defeitos ou entupimentos que possam vir a tornar a aplicação ineficiente.

Aérea - A principal vantagem da aplicação aérea em relação às aplicações terrestres, seja por trator ou manual, é o menor tempo gasto para tratar uma mesma área. Este método é economicamente e tecnicamente viável somente em áreas extensas e planas. A grande desvantagem deste método é o risco de deriva, que pode provocar contaminação ambiental.

Via irrigação - Este método é conhecido como herbigação. A restrição de uso deste método é a falta de herbicidas registrados para esta modalidade de aplicação, além do fato de que poucos herbicidas possuem características favoráveis à aplicação com água de irrigação. A herbigação apresenta vantagens, como a redução do custo de aplicação, o aumento da atividade herbicida, maior uniformidade de aplicação e maior compatibilidade com o sistema de plantio direto por não haver trânsito de máquinas na época de controle das plantas invasoras. Por outro lado, apresenta riscos de contaminação ambiental.

 

2. Normas gerais para o uso de Defensivos Agrícolas

Antes da aquisição de qualquer defensivo agrícola deve-se fazer uma avaliação correta do problema e da necessidade da aplicação, evitando a aquisição de produtos sem receituário agronômico e sem a verificação da data de validade, para evitar a compra de produtos vencidos e com embalagens danificadas. Recomenda-se que não sejam realizadas aplicações de defensivos agrícolas sem o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI). Além disto, recomenda-se a tríplice lavagem da embalagem após o uso e a inutilização das mesmas por meio de furos. Toda embalagem vazia e inutilizada de qualquer defensivo agrícola deverá ser retornada aos pontos de compra.

Manejo de plantas invasoras em culturas semeadas em "safrinha"
As práticas de controle a serem adotadas na "safrinha" ou segunda época de plantio, para culturas semeadas normalmente após a cultura de verão (milho ou feijão com plantio no final de fevereiro e início de março), devem levar em conta que o plantio nesse período apresenta maior risco e produção menor que a época normal. Porém, como nesse período a temperatura do solo é menor, a emergência, o desenvolvimento e a competição exercida pelas plantas invasoras também será menor, especialmente no caso das poáceas (gramíneas), que tem como época preferencial de emergência os meses de outubro a dezembro.

É importante lembrar que alguns herbicidas de efeito residual longo, utilizados nas culturas de verão (exemplo: imazaquim utilizado na cultura da soja), podem causar prejuízos ao desenvolvimento de culturas como o milho, por exemplo, quando este é plantado em sequência.

 

José Luis da Silva Nunes

Eng. Agrº, Dr. em Fitotecnia

 

 

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