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Controle Biológico não é mais o “patinho feio” da fitossanidade

Afirmação é de Marcelo Morandi, chefe Geral da Embrapa Meio Ambiente


“O Controle Biológico não é mais o ‘patinho feio’ da fitossanidade. É hoje uma ciência robusta e reconhecida”. A afirmação é de Marcelo Morandi, chefe Geral da Embrapa Meio Ambiente e Coordenador do Grupo de Trabalho em Controle Biológico do Comitê de Sanidade Vegetal do Cone Sul (Cosave), que concedeu entrevista ao Portal Global Agrochemicals.

“Soluções técnicas e tecnológicas para os desafios-chave estão disponíveis nas Instituições de P&D e nas empresas (avanços em biologia computacional, biologia molecular, química analítica, estatística etc. que permitem o entendimento das interações planta-patógeno-ACBs em diversos níveis)”, explica ele. 

De acordo com Morandi, as novas tendências do mercado agrícola tem acelerado fortemente a busca por novos produtos de origem biológica na última década. Ele cita a pressão regulatória pela gestão de resíduos de agroquímicos em alimentos, avaliações mais restritivas e que limitam os registros de novos agroquímicos, necessidade do manejo de resistência de pragas aos princípios ativos.

O especialista lembra que já há 132 empresas registradas no MAPA para a comercialização de produtos biológicos, o que inclui desde pequenas empresas nacionais até as grandes multinacionais do setor agroquímico. Em 2007 foi criada a Associação Brasileira de Empresas de Controle Biológico (ABCBio), que tem sido muito ativa no desenvolvimento tanto regulatório quanto de mercado.

O mercado mundial atualmente gira em torno de US$ 3 bi, com tendência de crescimento acima da média do mercado de agroquímicos. No Brasil, o mercado de biológicos representa hoje de 1 a 2 % do mercado de defensivos.

“Os produtos biológicos não irão substituir completamente produtos químicos convencionais, mas eles certamente desempenharão um papel no preenchimento do vácuo do banimento de produtos químicos convencionais do mercado ou perda de eficiência por resistência, além de cobrir nichos específicos de mercado, como aqueles certificados e de produção de base ecológica”, comenta.

No entanto, Morandi ressalta que há ações necessárias para promover o crescimento da indústria de biopesticidas e seu efetivo uso no sistema produtivo: “Algumas limitações, como fatores ambientais e condições de uso já têm sido vencidas com melhorias na tecnologia de formulação, avanços em biotecnologia e aumento da compreensão da fisiologia dos micro-organismos. Mudança do modelo um-a-um (um agente de controle biológico para um patógeno) para a combinação de organismos para aumentar o espectro de ação e a efetividade do controle tem evoluído. Este novo conceito se encaixa com os objetivos do MIP e aumenta a eficácia do biocontrole e a sua credibilidade”.

“Os impactos sociais e ambientais do controle biológico são (em certa medida) conhecidos do público consumidor, que exigem por práticas mais sustentáveis na produção de alimentos: um florescente ‘ecossistema de inovação’ está em desenvolvimento, com a emergência e fortalecimento de empresas inovadoras no setor”, conclui.
 

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